A figura 3.1 mostra a localização das 22 estações fluviométricas onde são medidas as vazões de alguns rios do território brasileiro. Os valores das médias mensais de janeiro/2000, assim como os respectivos desvios em relação à Média de Longo Termo (MLT), para o período de 1931 a 1986 (expressos em porcentagem), são apresentados na tabela 3.1.
Na figura 3.2 pode-se observar a evolução anual da MLT e as vazões médias mensais medidas de janeiro de 1999 a janeiro de 2000. No caso de Manacapuru-AM, as vazões apresentadas são estimativas da vazão do Rio Solimões, a partir do modelo estatístico que relaciona vazões e cotas médias mensais do Rio Negro. A figura 3.3 apresenta as cotas médias mensais do Rio Negro para o período de 1903 a 1996. Em dezembro, o valor médio da cota observada foi de aproximadamente 20,45 m, com valor de máxima e mínima igual a 21,22 m e 19,15 m, respectivamente.
De uma forma geral, na Região Norte do Brasil, as condições pluviométricas no mês de janeiro apresentaram melhorias, quando comparadas com os últimos meses, pois são observados desvios positivos em praticamente toda a Região. Apesar do quadro positivo de chuvas nesta Região, são observados desvios negativos das cotas de alguns rios, como na barragem de Samuel-RO (-15,5%) e no Rio Solimões, no posto de Manacapuru-AM (-4,7%). A barragem de Balbina-AM encontra-se com uma cota elevadíssima, na ordem de 181%. O Rio Araguari, em Coaracy-Nunes-AP, apresentou desvios positivos da ordem de 4% em relação à MLT. O incremento de água proveniente de chuvas no Estado do Pará, na altura do rio Araguaia-Tocantins, refletiu em desvios positivos de 44,4% na barragem de Tucuruí-PA.
No Nordeste brasileiro, a barragem de Sobradinho apresentou desvios negativos na ordem de -10,2%. Quando comparado com os últimos meses, observou-se um aumento representativo na cota desta barragem, que estava muito baixa. No mês de janeiro, as chuvas no nordeste e norte de Minas Gerais contribuíram de forma significativa para a cota desta barragem.
Na Região Sudeste, no mês de janeiro, as chuvas não foram suficientes para melhorar o quadro de anomalias negativas de precipitação. Os rios e barragens localizados no Estados de Minas Gerais apresentaram-se com desvios negativos de vazão em relação à MLT. É importante observar que, apesar da maioria das cotas das barragens estarem negativas, verifica-se um aumento na cota destas barragens. Na barragem de Três Marias-MG, a cota foi de -19,8%, no Rio Parnaíba, nos postos de Emborcação-MG foi de -21,4%), Itumbiara-MG, de -16,7%, São Simão-MG, -13,5% e de Furnas-MG foi de 30,6%. Observou-se uma melhoria na precipitação pluviométrica no Estado de São Paulo, afetando de forma positiva as vazões do Rio Grande, nos postos de Marimbondo-SP (38,3%) e na barragem de Água Vermelha-SP (33,6%). A barragem de Ilha Solteira-SP, sobre o Rio Paraná, apresentou desvios de 7%. Em Xavantes-SP, devido à ausência de chuvas na região do rio Paraná, o desvio observado foi negativo, na ordem de -34,3%. Em Capivara e Registro, os desvios observados foram negativos, -48% e -26,7, respectivamente.
No mês de janeiro, na maior parte da região Sul, foram observados desvios negativos de precipitação. Desta forma, as precipitações não foram suficientes para elevar as cotas dos rios. Os desvios observados nos postos foram: G. B. Munhoz-PR (-19,2%), Salto Santiago-PN (-11,2%), Blumenau-SC (8,6%), Passo Real-RS (-25,8%) e Passo Fundo-RS (-29%).
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