Durante o mês de janeiro, a Temperatura da Superfície do Mar (TSM) permaneceu acima da média no setor centro-oeste do Pacífico Equatorial, com anomalias positivas superiores a 1oC em algumas áreas. Na costa tropical oeste da América do Sul, houve anomalias negativas de TSM com valores entre -0,5ēC e -1,5ēC na região Niño 1+2 (Figuras 1 e 2, e Tabela 1). A porção central subtropical do Pacífico vem apresentando um aquecimento desde o mês de outubro. A atual configuração de TSM ainda evidencia um padrão de neutralidade no que se refere ao desenvolvimento de um episódio ENOS.
No Oceano Atlântico, o campo de anomalias de TSM apresenta regiões com desvios positivos no setor norte do Atlântico Tropical (valores entre 0,5ēC e 3,0ēC). Tal configuração é desfavorável à migração da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) para sul. Na costa das Regiões Nordeste e Norte do Brasil, os valores de TSM estiveram 0,5oC acima dos valores médios climatológicos. Foram registrados desvios positivos, entre 0,5ēC e 2,0ēC, próximo à costa sudeste da América do Sul, ao sul de 20ēS.
O campo de anomalia de Radiação de Onda Longa (ROL) mostra convecção anomalamente intensa sobre o Oceano Índico (Figura 4). Na Indonésia, prevaleceram anomalias positivas de ROL, denotando convecção abaixo da média. No Pacífico Oeste Tropical, destacaram-se duas áreas com anomalias opostas de convecção. Na América do Sul, destacaram-se: uma região com anomalias positivas de ROL sobre o altiplano boliviano e a cordilheira dos Andes e anomalias negativas sobre o Nordeste do Brasil.
No Hemisfério Sul, observou-se um centro anômalo de baixa pressão a leste da Austrália, próximo à Linha Internacional de Data, concordando com a TSM acima da média nesta mesma região. A Alta Subtropical do Pacífico Sul esteve ligeiramente mais intensa que a média. Em latitudes extratropicais, prevaleceu um cinturão de altas pressões anômalas, com centros alongados zonalmente. Em latitudes extratropicais no Hemisfério Norte, o Oceano Pacífico esteve com a pressão acima da média.
Em 850 hPa, o escoamento associado à Alta Subtropical do Pacífico Sul fortaleceu os ventos ao sul de 10ēS (Figuras 6 e 7). Sobre o Atlântico Norte, o comportamento anômalo da Alta dos Açores, deslocada para oeste, ocasionou o transporte de massa sobre o norte-nordeste da América do Sul, que pode ter contribuído para as anomalias negativas de ROL observadas nesta região. O jato em baixos níveis sobre a América do Sul esteve descaraterizado, em virtude da permanência de uma circulação ciclônica anômala nesta região.
No campo de vento em 200 hPa, destacaram-se o cavado sobre o Oceano Atlântico, a leste da Região Nordeste do Brasil (Figuras 9 e 10), e a formação da Alta da Bolívia. O campo de anomalias mostra que o cavado posicionou-se anomalamente a leste colaborando para as anomalias negativas de ROL observadas sobre o Nordeste do Brasil.
No Hemisfério Sul, o campo de geopotencial apresentou número de onda 4 em latitudes extratropicais (Figura 12).
[ Figura1][ Figura2] [ Figura3] [ Figura4] [ Figura5] [ Figura6][ Figura7] [ Figura8] [ Figura9] [ Figura10] [ Figura11] [ Figura12][ Tabela1]
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