Em janeiro de 2004, o padrão de Temperatura da Superfície do Mar (TSM), sobre o Pacífico Equatorial Oeste, continuou evidenciando anomalias positivas de TSM desde a Indonésia até aproximadamente 170ºW. Na região Niño 4, as anomalias continuaram positivas pelo sétimo mês consecutivo (Figura 1). No Pacífico Equatorial Leste, próximo à costa da América do Sul (região Niño 1+2), as águas superficiais encontram-se próximas à média histórica. No Oceano Atlântico Norte, ainda predominam anomalias positivas de TSM. No Atlântico Sul, foram observadas anomalias negativas de TSM. Na faixa equatorial do Atlântico, desde o litoral do Nordeste do Brasil até a costa oeste da África, as anomalias estiveram acima da média entre 0,5ºC e 1ºC. Ressalta-se que a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) esteve ao sul da climatologia neste mês (ver seção 3.3.1).

Sobre o nordeste da América do Sul, a anomalia negativa de ROL (Figura 5) foi consistente com a considerável ocorrência de chuvas sobre o Nordeste do Brasil (ver seção 2.1.2). Notou-se a atuação da fase favorável da Oscilação Madden e Julian sobre o Nordeste do Brasil, realçando a dominância da intrasazonalidade neste mês de janeiro de 2004. Características da Oscilação Madden-Julian (OMJ) também foram observadas sobre a Indonésia e Pacífico Oeste (dipolo leste-oeste).

O campo de anomalias de Pressão ao Nível do Mar (PNM) destacou as altas subtropicais semi-estacionárias do Hemisfério Norte com valores até 6 hPa inferiores à climatologia. Uma situação oposta foi notada na região subtropical do Hemisfério Sul, onde predominaram anomalias positivas nas altas subtropicais (Figura 6). Houve uma predominância de anomalias de PNM positivas no extremo oeste e centro-sul do continente sul-americano, refletindo a situação de estiagem no sul do Brasil.

No campo de anomalia do escoamento em 850 hPa, foi observada uma circulação anticiclônica sobre o Pacífico Sul e o enfraquecimento dos alísios na faixa equatorial, entre a Linha Internacional de Data e 120ºW. No Atlântico Tropical Sul destacou-se o enfraquecimento dos alísios ao sul do Equador (Figuras 7 e 8).

O escoamento em 200 hPa destacou a intensificação e o deslocamento para leste da circulação de verão sobre a América do Sul, com anomalia anticiclônica sobre o oeste da Região Nordeste e ciclônica sobre o Oceano Atlântico Tropical, próximo ao Nordeste do Brasil. Esta configuração no campo de anomalias refletiu o padrão estacionário dos VCAN’s sobre o Oceano Atlântico (ver seção 4.3).

O campo de altura geopotencial em 500 hPa no Hemisfério Sul (Figura 12) mostra anomalias dispostas em um número de onda 3 nas latitudes extratropicais.

[ Figura1][ Figura2] [ Figura3] [ Figura4] [ Figura5] [ Figura6][ Figura7] [ Figura8] [ Figura9] [ Figura10] [ Figura11] [ Figura12][ Tabela1]