ZONA DE CONVERGÊNCIA DO ATLÂNTICO SUL (ZCAS)


Em janeiro, foram observados três episódios da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). O primeiro episódio ocorreu entre os dias 02 e 06 de janeiro e os outros dois episódios de ZCAS ocorreram entre os dias 10 a 20 e 25 a 29, conforme ilustram os campos de temperatura de brilho, obtidos através do satélite GOES 12, e os campos de vento em 200 hPa (Figura 24).

A banda de nebulosidade associada ao primeiro episódio cobriu grande parte da Região Norte, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, estendendo-se para o Oceano Atlântico na altura do litoral do Espírito Santo. As chuvas associadas foram de pequena magnitude, porém excederam a média em até 100 mm no norte de Minas Gerais.

O segundo episódio foi o que apresentou maior duração e teve um comportamento atípico, com a banda de nebulosidade cobrindo toda a Região Nordeste e boa parte das Regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste. Ressalta-se que, no início desse segundo episódio, a banda de nebulosidade foi mantida semi-estacionária, devido à influência de um cavado em altos níveis sobre o Oceano Atlântico, próximo ao litoral do Nordeste. Este episódio proporcionou totais de precipitação maiores que 250 mm em grande parte do Nordeste, em particular sobre a Bahia, onde as chuvas ultrapassaram a média histórica em até 300 mm.

No terceiro episódio, a banda de nebulosidade apresentou uma configuração bastante meridional e proporcionou significativo aumento das chuvas no sudeste do Brasil. Em São Paulo, foram registrados vários alagamentos na região metropolitana, com totais de precipitação que excederam a média em até 200 mm. O escoamento em altos níveis mostrou que o vórtice ciclônico posicionou-se mais próximo do litoral do Nordeste (Figura 24e), mantendo a ZCAS sobre o sul da Região Sudeste e, consequentemente, diminuindo as chuvas no leste da Bahia e do Espírito Santo. Neste caso, a frente fria associada permaneceu sobre o oceano e a ZCAS foi mantida pelo cavado em altos níveis.


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