GRANDE ESCALA


O fenômeno El Niño continuou intenso no Oceano Pacífico Tropical, porém, desde o final de dezembro, as anomalias positivas de TSM começaram a diminuir. As maiores anomalias de TSM estiveram em torno de 4,0oC (Figura 1.2.1) , e o seu decréscimo pode ser visto na Figura 1.2.2 . A convecção em todo o Pacífico Equatorial Central e Oriental esteve intensa, no mesmo padrão observado nos últimos meses (Figura 1.2.4) . Os ventos alísios continuaram mais fracos que a normal climatológica em toda a extensão do Pacífico Equatorial Central e Oriental (Figuras 1.2.6 e 1.2.7) . O Índice de Oscilação Sul continuou negativo, semelhante ao observado nos últimos 10 meses, e foi observado o maior desvio negativo (-3,3) desde o início do El Niño 97/98 (Tabela 1.2.1) .

Em janeiro, as temperaturas das águas à superfície do Oceano Atlântico Tropical, entre 30oN e 20oS, apresentaram anomalias positivas no sul e normalidade no norte. Porém, no Atlântico Sul, próximo à longitude de 0o, as águas estiveram cerca de 1oC abaixo da normal climatológica. As anomalias frias do Atlântico Sul se estenderam até 5oW e ao norte de 20oS. Próximo à costa da Região Sudeste permaneceu o núcleo de águas quentes, com anomalias em torno de 2oC. Sabe-se que isso propicia intensas precipitações junto à costa da Região Sudeste (Figuras 1.2.1 e 1.2.3) . A Alta Subtropical do Atlântico Sul esteve mais intensa que o normal, e mais deslocada para leste de sua posição normal. Os ventos em baixos níveis (850 hPa) no Atlântico Sul estiveram com anomalias anticiclônicas ao sul de 20oS, e ciclônicas entre esta latitude e o equador. Os ventos alísios estiveram mais fracos que o normal (Figuras 1.2.6 e 1.2.7) . Em altos níveis (200 hPa) foi observado o cavado do Nordeste, junto à costa leste da Região Nordeste (Figuras 1.2.9 e 1.2.10) .

Sobre a América do Sul foi observada convecção acima da média sobre o norte da Região Nordeste, e convecção abaixo da média sobre o Brasil Central e junto à costa norte da Região Sudeste (Figura 1.2.4) . Os ventos em baixos níveis (850 hPa) estiveram com anomalias de noroeste sobre o centro-oeste da América do Sul, caracterizando o fortalecimento do jato em baixos níveis que contribuiu para a formação de CCMs (vide seção 2.7). Junto à costa da Região Nordeste, os ventos em baixos níveis estiveram com anomalias ciclônicas (figuras 1.2.6 e 1.2.7) . As anomalias do vetor de pseudo-tensão de cisalhamento superficial (figura 1.2.8) apresentaram a mesma configuração dos ventos em baixos níveis. Em altos níveis (200 hPa) foi observada a circulação da Alta da Bolívia (vide Seção 2.9.2) e sobre a Região Sudeste do Brasil observou-se um núcleo com anomalia ciclônica (figuras 1.2.9 e 1.2.10) .

O campo de Anomalias de Altura Geopotencial sobre o Hemisfério Sul (figura 1.2.12) indica padrão de onda 4 no escoamento médio mensal. Este número ficou acima da média para esta época do ano. O campo evidencia uma situação de bloqueio no Pacífico Sul, próximo à América do Sul.

FIGURAS

[ Figura 1.2.1] [ Figura 1.2.2 ] [ Figura 1.2.3] [ Figura1.2.4] [ Figura 1.2.5] [ Figura 1.2.6] [ Figura 1.2.7]

[ Figura 1.2.8] [ Figura 1.2.9] [ Figura 1.2.10] [ Figura 1.2.11] [ Figura 1.2.12] [ Tabela 1.2.1 ]