NOTAS


1 - As figuras provenientes do CAC/NWS (Washington) baseiam-se em procedimentos de análise numérica, utilizando dados de ar superior e outros dados recebidos via GTS (dados de satélites, aviões, etc.). A confiabilidade dos campos de circulação (análises) é incerta em áreas onde são esparsos.

2 - As análises de pseudo-tensão de cisalhamento do vento ao nível do mar e de temperatura da superfície do mar apresentados originam-se da análise de J. Servain, ORSTOM/BREST, e utilizam somente dados de ventos e TSMs coletados por navios. A partir dos dados de ventos, a pseudo-tensão de cisalhamento é calculada da seguinte maneira:

tx = u* (u2 + v2)1/2

ty = v* (u2 + v2)1/2

tx = pseudo-tensão de cisalhamento zonal do vento

ty = pseudo-tensão de cisalhamento meridional do vento

u = componente zonal (leste-oeste) do vento

v = componente meridional (norte-sul) do vento.

A diferença básica entre estas análises de TSM e as geadas pelo NMC/CAC está no fato de que nas análises geradas por este último orgão são também utlizadas TSMs derivadas de informação de satélites meteorológicos.

3 - Na figura correspondente à ROL, mensal estimada no topo da atmosfera, os valores de ROL são modulados principalmente por temperatura e cobertura de nuvens. Como nos Trópicos os gradientes horizontais de temperatura são geralmente pequenos, a ROL nestas regiões é primariamente função da distribuição da cobertura de nuvens. Os valores da ROL são menores sobre as principais áreas convectivas dos Trópicos, onde nuvens altas, médias e cúmulus-nimbus são predominantes. Por outro lado, os valores da ROL são relativamente altos sobre as áreas oceânicas dos ventos alísios, onde as nuvens são tipicamente estratos-cúmulus ou cúmulus dos alísios que se elevam somente 1 ou 2 km acima da superfície. Os valores máximos ocorrem sobre os desertos onde não há cobertura de nuvens e as temperaturas da superfície são as mais altas. Sobre as regiões convectivamente ativas, anomalias de Rol negativas (positivas) indicam, em geral, atividade convectiva, isto é, precipitação acima (abaixo) da média.

4 - A posição da ZCIT sobre o Atlântico Tropical vem sendo determinada desde os primeiros números do Boletim “CLIMANÁLISE" devido a sua importância para o monitoramento da precipitação na região norte do Nordeste brasileiro, a qual possui sua estação chuvosa nos meses de fevereiro a maio. A determinação desta posição é feita analisando-se a latitude dos topos de nuvens convectivas sobre o oceano a partir de imagens de satélite. Essa determinação apresenta erros devido, principalmente, à largura da banda de nuvens convectivas e, desta forma, a técnica e os meios usados para monitorar a posição da ZCIT vêm sendo modificados costantemente com objetivo de se diminuírem os erros envolvidos. Até o Vol.4, No 2 do Boletim, a posição da ZCIT era determinada através de imagens no canal infravermelho (IV) de satélites da série NOAA que abrangem todo o Atlântico Tropical, de tal forma que pode-se monitorar a ZCIT em toda a sua extensão sobre o Atlântico. Eram selecionadas algumas imagens diárias que apresentavam uma melhor configuração da banda convectiva e apresentadas no Boletim, e as posições da ZCIT foram estimadas a partir dessas imagens. A partir de então, uma nova técnica de determinação da posição da ZCIT foi aplicada. Essa técnica, desenvolvida pelo CRODT/ORSTOM, utilizava imagens digitais IV do satélite METEOSAT. Eram usadas 8 imagens diariamente, e ao fim de 5 dias, era gerada uma imagem chamada Síntese, utilizando-se as 40 imagens obtidas na pêndula em questão. A imagem Síntese era uma imagem digital onde, em cada ponto (pixel) era retida apenas a temperatura mais alta encontrada no mesmo ponto das 40 imagens utilizadas para criá-la. Pronta essa imagem, ela era apresentada numa tela colorida para que pudéssemos então determinar a posição da ZCIT, obtendo-se diretamente uma posição média da ZCIT a cada 5 dias. Essa técnica diminuia os erros na determinação da ZCIT, pois tornava a banda de nuvens convectivas mais estreita eliminando as oscilações latitudinais da ZCIT com período menor que 5 dias, apresentando apenas as posições em que a ZCIT permaneceu durante os 5 dias em questão. Atualmente a posição da ZCIT utlizada pela FUNCEME que utiliza uma técnica diferente, a qual consiste na determinação de cada ponto que possua temperatura inferior a -40oC (topo de nuvem convectiva). À cada um desses pontos é atribuído o valor 1, aos restantes o valor 0. São então somadas todas as imagens modificadas (8 por dia) e a posição da ZCIT será onde aparecem os maiores valores no pixel.

5 - A confiabilidade das análises de precipitação e temperaturas é menor na Amazônia e no norte do Centro-Oeste, onde a densidade da rede de observações é pequena. Não são traçadas as isoietas e isotermas nas áreas sem informações. A temperatura média diária é obtida através da equação T = (Tmáx + Tmin + T 12 + 2T 00)/5 (Tmáx = temperatura máxima do ar diária, Tmin = temperatura mínima do ar diária, t12 = temperatura do ar às 12 horas UTCm, T00 = temperatura do ar às 00 horas UTC), enquanto que a temperatura mensal é calculada a partir da média aritmética das temperaturas diárias.

6 - Durante a estação do verão, observa-se a presença de Atividade Convectiva sobre a América do Sul (ACAS). Essa convecção tropical é consequência do aquecimento do continente e também devido à atuação de alguns sistemas dinâmicos, como por exemplo a Alta da Bolívia e o Cavado de Altos Níveis localizados sobre o Nordeste do Brasil. A meteorologia do monitoramento da ACAS é a seguinte:

Para a determinação dos percentuais diários de nebulosidade convectiva sobre a região do Brasil Central segue-se os seguintes passos: a ) a partir da imagem original da América do Sul do satélite METEOSAT - 3, são gerados arquivos diários amostrados, em uma grade de 2,5 X 2,5 graus de latitude/longitude, com informações de valores de pixel entre 1 e 256. Estes valores representam a temperatura do topo da nuvem: b) define-se a quantidade dos valores amostrados superiores a 120 (valor analiticamente) sobre a grade 5o-20oS/65oW(Brasil Central), os quais determinarão a porcentagem da área coberta por nuvens convectivas.

7 - A posição do centro da Alta da Bolívia é estimada subjetivamente através das imagens do satélite GOES-E no canal IV. A área encerrada por latitudes e longitudes limítrofes na qual se encontra o centro da Alta da Bolívia é aquela na qual a imagem do satélite apresenta nuvens do tipo cúmulus-nimbus em forma arredondada. Isto é, sem bigornas, o que indica ventos de altos níveis razoavelmente fracos. É dentro desta área que se determina a provável posição do centro da Alta.

8 - Os valores de vazões medidos são fornecidos pela ELETROBRÁS e pelo DAEE e são obtidos por procedimentos hidrológicos padrões, através do uso de curvas cota/vazão, valor de vazão estimado para o Rio Solimões em Manacapuru é obtido a partir do valor da cota média mensal do Rio Negro em Manaus fornecido pela CODOMAR, utilizando-se a formulação descrita por Fonseca e Nobre (1988) (Fonseca, L. B. e C. A. Nobre), um modelo estatístico que relaciona os valores de cota e vazão (CLIMANÁLISE, 3 (9):32, SET., 1988).

9 - Os termos Estiagem, Enchente, Cheia e Vazante referem-se ao ciclo Sazonal das medidas nos Postos. A Estiagem corresponde ao período de baixas Vazões; A Cheia ao de altas Vazões; A Enchente à transição de Estiagem para a cheia, enquanto a Vazante corresponde à transição da cheia para a Estiagem.