Oito sistemas frontais atuaram neste mês de janeiro no Brasil. Durante a primeira quinzena do mês observou-se que as frentes frias deslocavam-se rapidamente pelo sul do país e adquiriam um caráter semi-estacionário sobre a Região Sudeste, o que caracterizou a chamada Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Esta rápida passagem de frentes frias pelo sul do país contribuiu para o déficit de chuva na Região. Após estes primeiros quinze dias, os sistemas frontais passaram a se deslocar para o Oceano Atlântico. Na Região Nordeste, durante a primeira quinzena do mês, houve a atuação de vórtices ciclônicos em altos níveis que afetaram com nebulosidade e chuva o litoral norte e oeste desta Região. A partir da segunda quinzena do mês, estes sistemas posicionaram-se mais para o interior do continente, causando uma diminuição das chuvas em quase toda a Região.
Desvios negativos de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) entre -1,5 e -3,0ºC ocorreram no Pacífico Equatorial Central e Oriental. Situação similar continuou sendo observada entre a superfície do Oceano e cerca de 300 metros de profundidade. A pressão ao nível do mar no Pacífico Oriental Sul continuou maior que a normal climatológica. Na região equatorial, em grande parte do Pacífico Oriental e Central, os ventos alísios continuaram mais intensos que a normal climatológica. O Índice de Oscilação Sul (IOS) continuou positivo pelo nono mês consecutivo. Todos estes fatores estão indicando a presença do fenômeno La Niña em etapa madura.
As observações da Temperatura da Superfície do Mar sobre o Oceano Atlântico ainda não estão indicando um padrão de dipolo favorável (ou desfavorável) às chuvas do setor norte do Nordeste do país.
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