GRANDE ESCALA


Durante o mês de fevereiro, observou-se o aumento da área coberta por desvios positivos de TSM em todo o setor subtropical do Oceano Pacífico Sul. Este aquecimento vem sendo observado desde o mês de outubro de 2001. No setor centro-oeste do Pacífico Equatorial, a Temperatura da Superfície do Mar (TSM) permaneceu acima da média, com anomalias positivas superiores a 1oC nas proximidades da Linha Internacional de Data. Na costa oeste equatorial da América do Sul, foram observadas anomalias positivas de TSM. Nas regiões Niño 3 e Niño 3.4, as condições de TSM estiveram normais (Figuras 1 e 2 e Tabela 1).

No Oceano Atlântico Norte, foram observadas regiões com desvios positivos de TSM (valores entre 0,5ºC e 3,0ºC) e, no Atlântico Tropical Sul, verificou-se uma pequena área com desvios negativos próximo à costa oeste da África. Tal configuração continua desfavorável a uma migração da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) para sul. Junto à costa da Região Nordeste do Brasil, os valores de TSM estiveram 0,5oC acima dos valores médios climatológicos. Em uma pequena área próximo à costa sudeste da América do Sul, também predominaram desvios positivos de TSM.

O campo de Radiação de Onda Longa (ROL) durante fevereiro evidenciou convecção acima da média no setor oeste do Oceano Pacífico Tropical, consistente com águas superficiais mais quentes que a média climatológica (Figura 4). Sobre a América do Sul, anomalias negativas de ROL foram registradas no setor oeste, nas adjacências do Peru, provavelmente em decorrência do aquecimento da TSM. Desvios negativos de ROL evidenciaram a atuação da ZCAS, enquanto desvios positivos, sobre o Nordeste do Brasil, denotaram convecção abaixo da média, nesta Região, e a ZCIT mais ao norte que a posição climatológica.

No campo de anomalias de pressão foi observado um centro anômalo de baixa pressão situado sobre o Pacífico Sul, associado às anomalias positivas de TSM. A alta subtropical do Pacífico Sul esteve na sua posição climatológica (Figura 5). No Atlântico Sul, a alta subtropical esteve mais intensa e deslocada para sudeste. No Hemisfério Norte, predominaram anomalias positivas de pressão.

O escoamento em 850 hPa (Figuras 6 e 7) mostrou anomalias de oeste nos ventos alísios do Pacífico, desde a longitude 160ºW até a costa da América do Sul. Sobre a América do Sul, notou-se a confluência dos ventos sobre o norte da Região Sudeste do Brasil associada ao posicionamento da ZCAS (Seção 3.3.1). Sobre o Nordeste do Brasil, uma anomalia anticiclônica e possível divergência em baixos níveis esteve associada aos desvios negativos de precipitação no semi-árido.

Nos níveis mais altos da atmosfera (200 hPa), anomalias de oeste foram observadas em toda a extensão do Oceano Pacífico Equatorial. Os ventos estiveram mais intensos a leste de 170ºW, até a costa oeste da América do Sul (Figuras 8 e 9). Sobre a América do Sul, anomalia anticiclônica indicou uma intensificação da Alta da Bolívia.

O campo de geopotencial no Hemisfério Sul apresentou número de onda 4 em latitudes extratropicais (Figura 12).

Figuras

[ Figura1][ Figura2] [ Figura3] [ Figura4] [ Figura5] [ Figura6][ Figura7] [ Figura8] [ Figura9] [ Figura10] [ Figura11] [ Figura12][ Tabela1]


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