Em fevereiro, foram registrados valores de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) em torno de 24ºC a 28ºC ao longo do Pacífico Equatorial, semelhante ao mês anterior. Contudo, em relação aos valores históricos, houve uma diminuição da área de anomalias positivas que caracterizam a atividade do fenômeno El Niño, principalmente na região Niño 3. Na Região Niño 1+2, adjacente à costa oeste da América do Sul, a anomalia média foi igual a -0.22oC. Nas Regiões Niño 3.4 e Niño 4, ocorreram os maiores desvios positivos, iguais a 0,8oC e 1,02oC, respectivamente (Figura 1 e 2).
No Oceano Atlântico, águas mais quentes que a climatologia foram observadas numa faixa subtropical que se estende desde o litoral da Região Sudeste do Brasil até o sul do continente africano (Figura 2). No Atlântico Tropical Norte, entre o Equador e 10ºN, destacou-se uma extensa área com desvio negativo de TSM. De modo geral, a configuração da TSM, na faixa equatorial do Oceano Atlântico, esteve favorável ao posicionamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) ao sul de sua posição climatológica (ver seção 3.2.2).
O campo de Radiação de Onda Longa (ROL) destacou a convecção acima dos valores climatológicos no Pacífico Equatorial sobre a Linha Internacional de Data (Figura 4). Ressalta-se que a área coberta por anomalias negativas de ROL diminuiu em relação ao mês anterior, porém, ainda continua refletindo a presença de anomalias positivas de TSM naquele setor do Pacífico Equatorial. Por outro lado, a nordeste do continente australiano, a convecção esteve menos intensa que a média (anomalias positivas de ROL). Esta última configuração ressaltou a fraca atuação da Zona de Convergência do Pacífico Sul (ZCPS) ou seu deslocamento para leste. Sobre a América do Sul, foi observada menos atividade convectiva que a climatologia, numa faixa que se estende desde o setor central da Região Sudeste do Brasil até o Oceano Atlântico, em torno de 30oW, indicando a falta de episódios da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) durante este mês. A área de anomalias negativas de ROL, próxima ao nordeste da América do Sul, foi consistente com a posição mais ao sul da ZCIT neste mês.
No campo de Pressão ao Nível do Mar (PNM) a alta subtropical do Pacífico Sudeste apresentou-se deslocada para oeste (Figura 5) e o Índice de Oscilação Sul (IOS), igual a -0.4, permaneceu negativo pelo décimo mês consecutivo.
Sobre a América do Sul, predominaram desvios positivos de pressão, com destaque para os desvios de até 4 hPa, sobre a Região Sudeste, que caracterizaram a ausência da ZCAS. A alta subtropical do Atlântico Sul deslocou-se para oeste de sua posição climatológica, contribuindo para a ausência de chuvas em grande parte do Brasil Central. No Atlântico Tropical Norte, a Alta dos Açores apresentou-se deslocada para sul, consistente com a área de resfriamento no campo de TSM.
No campo de vento em 850 hPa (Figuras 6 e 7), os ventos alísios apresentaram-se menos intensos que a média no Pacífico Equatorial, desde a costa da América do Sul até 150ºW. No Pacífico Equatorial Oeste, os alísios estiveram mais intensos. Sobre a América do Sul, predominaram anomalias anticiclônicas sobre o Brasil, consistentes com o campo de pressão acima da média. No campo de vento, o escoamento associado à alta subtropical do Atlântico Sul adentrou ao continente sul-americano, consistente com a redução das chuvas neste mês (ver seção 2.1).
Nos níveis mais altos da atmosfera (200 hPa), destacou-se a Alta da Bolívia e o vórtice ciclônico sobre o Nordeste do Brasil, consistente com o grande número de cavados e vórtices ciclônicos nesta região. No Hemisfério Norte, destacou-se a intensificação das correntes de jato subtropical (Figuras 8 e 9).
Observou-se uma dominância de número de onda 4 no Hemisfério Sul. Sobre a América do Sul, predominaram anomalias negativas de geopotencial no Chile e Argentina, provavelmente associadas a cavados persistentes na região (Figuras 10 e 11).
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