QUEIMADAS NO BRASIL


Em fevereiro, a maioria dos focos de calor foi observada em Roraima, em função da estiagem. Cerca de 1.136 focos ocorreram neste Estado, o que foi equivalente a quase metade dos focos observados no Brasil (Figura 32). Os demais focos espalharam-se sobre o Nordeste (Bahia, Sergipe e Alagoas), Sudeste (São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo) e Centro Oeste (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul).

Nas duas primeiras semanas, os focos dividiram-se entre a Região Nordeste e Roraima, enquanto que, na última quinzena, restringiram-se a Roraima. Comparando-se ao mesmo período do ano passado, houve aumento de focos de calor no Amazonas (86 contra 3 focos) e em Sergipe (80 contra 8). Nos Estados da Bahia, Minas Gerais, Alagoas e São Paulo, dobraram as ocorrências em relação ao ano passado. Nas demais áreas do Nordeste, houve redução do número de queimadas em função das chuvas das duas últimas semanas do mês.

Roraima manteve o número de focos de calor observado em janeiro de 2003, o que foi correspondente ao dobro de focos do ano passado, com muitas ocorrências em novas áreas. As máximas concentrações de focos (mais que 200 focos por ponto de grade de 0.25 graus) foram registradas nas regiões central e sudeste de Roraima, em áreas desflorestadas, florestais, terras indígenas, assentamentos e unidades de conservação. As áreas indígenas atingidas foram: São Marcos; Trombetas Mapuera; Yanomami; São Luiz; Canauanim, Jacamim e Raposa Serra do Sol. A precipitação esteve entre 25 mm e 100 mm abaixo da média, enquanto que as temperaturas máximas foram de 3ºC a 4ºC graus superiores à média, favorecendo, assim, a ocorrência de queimadas.

No Amazonas, os municípios de Barcelos e Santa Isabel estiveram em alerta máximo pelo IBAMA/Proarco no final do mês, em função dos incêndios de grandes proporções em áreas florestais, nos referidos municípios. O fogo originou-se em área de roça, passou para uma área de gramíneas e entrou em área de floresta densa, atingindo uma extensão de 20 km e prolongando-se por vários dias.

Outras unidades de conservação afetadas foram: Parque Nacional do Viruá, Estação Ecológica de Caracarai, Parque Nacional de Monte Roraima e Estação Ecológica de Maracá, em Roraima; Estação Ecológica de Murici, em Alagoas; Parque Nacional do Descobrimento, Parque Nacional de Monte Pascoal e Parque Nacional da Chapada Diamantina, na Bahia; Reserva Biológica de Sooretama, no Espírito Santo; Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba, no Piauí; Reserva Biológica de Poço das Antas, no Rio de Janeiro; Floresta Nacional do Amazonas, no Amazonas; entre outras.


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