A Temperatura da Superfície do Mar (TSM) excedeu a média histórica entre 0,5°C e 1,5°C no Pacífico Equatorial Oeste. No Pacífico Equatorial Leste, a TSM apresentou valores abaixo da média entre a costa oeste da América do Sul até aproximadamente 120ºW. Esta configuração no campo de anomalias de TSM evidenciou o enfraquecimento do fenômeno El Niño e a transição para uma fase de neutralidade no Pacífico Equatorial. No Oceano Atlântico, persistiu, pelo terceiro mês consecutivo, o aquecimento próximo à Bacia do Prata, com valores de TSM que excederam a média histórica em mais que 2°C. Valores de TSM acima da média foram observados também nas adjacências da costa africana e próximo ao litoral da Região Nordeste do Brasil. No Atlântico Tropical Norte, a TSM permaneceu acima da média, contribuindo para o posicionamento da ZCIT ao norte de sua posição climatológica (ver seção 3.3.1).
O padrão global de anomalia de ROL ressaltou inibição da convecção principalmente sobre a Indonésia e Austrália (Figura 5). No sul do Brasil, as anomalias positivas de ROL concordam com a deficiência de chuvas ocorridas neste mês. A atividade convectiva foi intensa no Pacífico Equatorial Central, estendendo-se através da região de atuação da Zona de Convergência do Pacífico Sul (ZCPS). Houve a formação de um bloqueio no Pacífico Sudeste que manteve uma circulação anticiclônica estacionária sobre o sul do continente sul-americano. Como conseqüência, notou-se uma diminuição na freqüência de sistemas frontais e a configuração, mais a leste, da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), denotada pela área de anomalia negativa de ROL (ver seção 3.3.1).
No Pacífico Sul, o campo de Pressão ao Nível do Mar (PNM) destacou o enfraquecimento da alta pressão subtropical e a diminuição dos valores de PNM numa extensa área a leste da Linha Internacional de Data, consistente com a intensificação da ZCPS (Figura 6). Sobre a América do Sul, destacaram-se as anomalias positivas de PNM, associadas à persistência de anticiclones que contribuíram para o rápido deslocamento dos sistemas frontais sobre o sul do Brasil. No Atlântico Norte, as anomalias positivas de PNM, superiores a 10 hPa, estiveram associadas ao deslocamento da alta subtropical para latitudes mais altas.
No campo de anomalia de vento em 850 hPa, notou-se a intensificação dos ventos na região da ZCPS e o enfraquecimento dos alísios na faixa equatorial do Pacífico Oeste (Figuras 7 e 8). Sobre o Atlântico Sul, destacou-se a anomalia ciclônica adjacente à costa leste do Brasil, igualmente observada no escoamento em 200 hPa (Figuras 9 e 10), consistente com a situação de bloqueio que favoreceu a intensificação da ZCAS sobre o oceano.
O campo de altura geopotencial em 500 hPA, no Hemisfério de Sul, também evidenciou a atividade anticiclônica anômala sobre o sul da América do Sul, com número de onda 3 em latitudes extratropicais.
[ Figura1][ Figura2] [ Figura3] [ Figura4] [ Figura5] [ Figura6][ Figura7] [ Figura8] [ Figura9] [ Figura10] [ Figura11] [ Figura12][ Tabela1]
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