MONITORAMENTO DA ZCAS


 

Durante o mês de fevereiro, a partir de um acompanhamento diário de imagens de satélite, foi notada a presença de duas frentes estacionárias sobre o litoral do Estado de São Paulo que estenderam-se para o Oceano Atlântico. Estes sistemas estiveram sobre esta Região entre os dias 19 e 28 (figura 2.7.1).

A nebulosidade desses sistemas é notada nos campos pentadais (figura 2.8.3). Nos últimos três dias de fevereiro observou-se a banda de nebulosidade cobrindo os Estados de Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás e, estendendo-se sobre o Oceano Atlântico pelos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Embora estes campos tenham determinado a configuração de uma Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), o modelo conceitual clássico não é observado. Analisando os campos mostrados na figura 2.8.2, em baixos níveis não ocorreu a advecção de ar frio ao sul de um sistema frontal, que poderia estar estacionado sobre o litoral de São Paulo. Em 250 hPa nota-se a presença da Alta da Bolívia centrada em 20ºS e 67ºW, mas sobre o nordeste da Região Nordeste observa-se uma região anticiclônica, diferindo de uma situação de ZCAS clássica. Porém, nota-se um cavado sobre o sul do Brasil e uma circulação anticiclônica ao norte deste, em 500 hPa e 250 hPa, convergência em Baixos Níveis no Centro Oeste e sul do Brasil e divergência em Altos Níveis nas áreas anticiclônicas.

A persistência de áreas no Oceano Atlântico próximas ao continente com Temperaturas da Superfície do Mar (TSM) acima da média climatológica (figura 1.2.1), podem ter contribuido também para a formação de nebulosidade na ZCAS.


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