Anomalias positivas de TSM continuaram a prevalecer na região equatorial, em torno da Linha Internacional de Data (Figura 1), ainda que fracas, com valor médio igual a 0,8ºC para a região Niño 4 (Tabela 1). Este padrão de TSM corresponde a um fraco episódio El Niño-Oscilação Sul (ENOS). Junto à costa oeste da América do Sul, houve diminuição da TSM em relação ao mês passado, apresentando um valor médio para a região Niño 1+2 igual a -0,9ºC (Tabela 1). O Atlântico Tropical Norte continuou apresentando uma extensa área com anomalia positiva de TSM (Figuras 1 e 3). O Atlântico Tropical Sul também esteve aquecido neste mês, especialmente próximo à costa africana. É interessante notar um progressivo aumento das anomalias positivas de TSM no Oceano Índico, desde janeiro de 2005.
O campo global de anomalia de Radiação de Onda Longa (ROL) destacou duas extensas áreas de anomalia positiva, uma sobre o Pacífico Equatorial e outra sobre o norte da África (Figura 5). Sobre a América do Sul, destacou-se uma área de anomalia positiva de ROL no setor central, consistente com as anomalias negativas de precipitação no sudoeste e sul do Brasil, e uma pequena área sobre o oceano, próximo ao Nordeste brasileiro.
A atividade convectiva associada à propagação da oscilação intrasazonal Madden-Julian intensificou neste mês de março, em particular sobre o Oceano Índico. Por outro lado, o sinal da oscilação intrasazonal contribuiu para uma acentuada diminuição das chuvas, sobre a Região Nordeste do Brasil, principalmente durante a primeira quinzena de março.
O campo de Pressão ao Nível do Mar (PNM) evidenciou valores acima da média em grande parte das áreas tropicais e sobre o Hemisfério Sul, com exceção do Oceano Índico, onde se observou anomalia negativa de PNM de até -4 hPa. No Hemisfério Norte, ocorreu o inverso, ou seja, notável enfraquecimento das altas subtropicais e extensa área de anomalias negativas de PNM, em particular no Atlântico Norte (Figura 6).
Os ventos em baixos níveis da atmosfera, acompanharam a disposição das anomalias de pressão nos cinturões extratropicais, principalmente no Hemisfério Norte, onde foi notada intensa anomalia ciclônica (Figuras 7 e 8). O escoamento a leste dos Andes foi consistente com a anomalia positiva de ROL neste setor da América do Sul. Em 200 hPa, destacou-se o jato anômalo no setor subtropical do Atlântico Norte, mostrando que a perturbação observada na pressão em superfície refletiu-se em praticamente toda a camada troposférica (Figuras 9 e 10).
O campo de anomalia de geopotencial em 500 hPa mostra que as perturbações atmosféricas no Atlântico Norte são parte de uma onda estacionária de número 4 (Figura 11). No Hemisfério Sul prevaleceu o número de onda 1 em latitudes extratropicais e polares (Figura 12).
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