A Figura 30 mostra a localização das vinte e três estações fluviométricas onde são medidas as vazões de alguns rios, bem como a localização de Manacapuru, onde é estimada a vazão do Rio Solimões. Os valores das médias mensais são apresentados na Tabela 7. assim como os respectivos desvios em relação à Média de Longo Termo (MLT) para o período de 1931 a 1986, expressos em porcentagem.
Na Figura 31 observamos em postos fluviométricos de dezoito localidades da Tabela 7, a evolução anual da MLT e as vazões médias mensais medidas no período de janeiro de 1994 a dezembro de 1995. No caso de Manacapuru-AM, as vazões apresentadas são estimativas da vazão do Rio Solimões, calculadas a partir do modelo estatístico que relaciona vazões e cotas médias mensais do Rio Negro, em Manaus. A Figura 32 apresenta as cotas médias mensais do Rio Negro, em Manaus, no período de 1995 a 1996. Durante este mês a cota média mensal foi de 25,43 m, oscilando entre 26,17 m e 24,42 m.
A vazão no posto em Samuel-RO apresenta desvios positivos de 20% em relação à MLT, provocada por anomalias positivas de precipitação entre 25 mm e 50 mm ocorridas em Rondônia. Esta mesma tendência é verificada no posto em Balbina-AM, onde os desvios positivos de vazão em relação à MLT estão próximos a 90%. A ocorrência de repetidos desvios positivos de vazão, em Balbina, é consequência das anomalias de precipitação que vêm acontecendo no Amapá e no norte do Estado do Pará. Nesta região ocorreram precipitações de até 100 mm acima da média, que foram responsáveis pelo desvio positivo da vazão (78%), verificado em Coaracy Nunes (AP).
Novamente no posto de Tucuruí-PA, verificou-se desvios negativos de vazão em relação à MLT, apesar das anomalias positivas de precipitação (entre 50 mm e 100 mm) ocorridas na área. Esta discrepância pode ser consequência do trabalho de regularização exercida pela barragem.
Em Sobradinho-BA, persistem desvios negativos de vazão (-60%), o que é confirmado pelas anomalias negativas de precipitação ocorridas na bacia do rio São Francisco. Esta análise está sujeita a limitações, devido à regularização da vazão pela represa.
Os postos localizados no Estado de Minas Gerais (Três Marias, Emborcação, Itumbiara, São Simão e Furnas) continuam apresentando desvios negativos de vazão em relação à MLT, variando entre 6,5% (Furnas) e 48% (Emborcação). Esta tendência é motivada pela persistência de anomalias negativas de precipitação no norte do Estado de Minas Gerais.
No Estado de São Paulo a situação é oposta, pois as anomalias positivas de precipitação entre 25 mm e 100 mm (aumentando de oeste para leste) ocorridas no Estado, refletem-se nos desvios positivos de vazão (de até 113%) em relação à MLT, registrados nos postos de Marimbondo, Água Vermelha, Xavantes, Capivara e Registro. Situação inversa é verificada em Ilha Solteira, com desvios negativos de 11%. No entanto, a análise do hidrograma em Ilha Solteira-SP, revela uma forte diminuição dos desvios negativos em relação à MLT, em concordância com as vazões nos outros postos do Estado de São Paulo.
Nos postos localizados na Região Sul (Munhoz-PR, Salto Santiago-PR, Blumenau-SC, Passo Fundo-RS e Passo Real RS), persistem os desvios positivos em relação à MLT, variando entre 3,8% (Blumenau) e 142% (Salto Santiago). As anomalias de precipitação também são positivas em quase toda a Região Sul, com exceção da região central do Rio Grande do Sul. Apesar das vazões nos postos da Região Sul apresentarem desvios de igual sinal aos do mês de fevereiro, verificou-se uma diminuição dos desvios em relação à MLT.
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