Em abril, o campo de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) manteve o padrão de anomalias ligeiramente positivas no Pacífico Equatorial Oeste, águas superficiais ligeiramente mais frias do que a média histórica no Pacífico Equatorial Central e aquecimento (anomalias positivas de até 1,5º) próximo à costa oeste da América do Sul (Figura 1).
Considerando os valores médios de TSM nas regiões Niño 3, 3.4 e 4, caracterizou-se uma condição de neutralidade em relação à presença de um episódio La Niña ou El Niño, na bacia do Oceano Pacífico, apesar da anomalia positiva observada na região Niño 1+2, igual a 1,3ºC (Figura 2 e Tabela 1).
No Oceano Atlântico Tropical Norte, permaneceram anomalias negativas adjacentes à costa norte da América do Sul, estendendo-se até o Caribe. No Atlântico Sul, as TSM’s permaneceram dentro da média na maior parte da região, com exceção da área próxima à costa sudeste e sul do Brasil (anomalias positivas até 1,5ºC) e próximo à costa oeste da África (anomalias positivas até 2ºC).
O campo de anomalias de Radiação de Onda Longa (ROL) mostra maior atividade da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) sobre o Atlântico Equatorial (Figura 4a), influenciando principalmente o Pará e o Maranhão, pelo segundo mês consecutivo. As anomalias negativas de ROL também mostraram que houve acentuada convecção sobre a Indonésia e norte da Austrália; costa oeste da África, ao sul do equador; e sobre a Índia e oceano adjacente (Figura 4b).
A Pressão ao Nível do Mar (PNM) permaneceu com desvios negativos desde o Oceano Índico até o Oceano Pacífico Central, passando pela Indonésia e norte da Austrália. A Alta Subtropical do Pacífico Sul esteve mais intensa do que a média, em mais que 6 hPa, enquanto que a Alta Subtropical do Atlântico Sul esteve mais fraca e deslocada para sudeste. O valor do IOS foi igual a -0,1 neste mês, e continuou característico de neutralidade das condições oceânicas do Pacífico Sul (Figura 5).
O campo de vento em 850 hPa (Figuras 6 e 7) mostrou a presença de ventos alísios mais fortes sobre o Pacífico, a leste da Indonésia. No Pacífico Oriental, os ventos alísios estiveram mais fortes ao sul e ao norte do Equador e mais fracos no Equador. Verificou-se a presença de uma circulação anticiclônica anômala a sudoeste da América do Sul, associada ao fortalecimento da Alta Subtropical do Pacífico Sul. No continente sul-americano, prevaleceu uma circulação anticiclônica anômala sobre o Brasil Central, Região Sudeste e sul da Região Nordeste, resultando em um fortalecimento do jato em baixos níveis a leste dos Andes. Ao longo da ZCIT, no Atlântico Equatorial, os ventos alísios estiveram mais fracos do que a climatologia (Figura 6b). No campo de pseudo-tensão de cisalhamento superficial foi observada confluência dos vetores próxima ao litoral dos Estados do Pará e Maranhão (Figura 8).
Em 200 hPa, destacam-se duas circulações anticiclônicas anômalas, uma ao sul da Indonésia e outra no sul da África, associadas à convecção intensa que perdurou nestas regiões (Figura 10b). Os jatos subtropicais da Austrália e América do Sul estiveram intensificados e associados às circulações anticiclônicas anômalas logo ao norte de seus posicionamentos médios.
Os campos de anomalia de geopotencial em 500 hPa (Figuras 11 e 12) mostram um número de onda 4, no Hemisfério Norte e 3 em latitudes extratropicais, no Hemisfério Sul. A seqüência de núcleos positivos e negativos da anomalia de geopotencial em 500 hPa, desde a Nova Zelândia até a América do Sul, mostra a presença de um trem de ondas de Rossby, o qual sugere um mecanismo de teleconexão entre a convecção na Indonésia e anomalias atmosféricas na América do Sul.
[ Figura1][ Figura2] [ Figura3] [ Figura4] [ Figura5] [ Figura6][ Figura7] [ Figura8] [ Figura9] [ Figura10] [ Figura11] [ Figura12][ Tabela1]
[Índice]