Climatologicamente, em abril, ocorre uma gradual diminuição das chuvas tropicais, em particular no Brasil Central. Em continuidade ao mês de março passado, choveu pouco na maior parte do País. As chuvas estiveram acima da média histórica apenas no noroeste da Região Nordeste e na Região Sul do Brasil.
Nas Regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste, as chuvas ficaram abaixo da média. A redução das chuvas nas áreas das grandes bacias que compõem o sistema elétrico do País: bacias do Rio Grande, Rio Paranaíba, Rio Paraná e Rio São Francisco, resultou em diminuição do volume útil armazenado para geração de energia elétrica. No Nordeste brasileiro, a barragem de Sobradinho-BA apresentou desvios negativos de vazão em torno de 66%. As poucas chuvas ao longo da bacia e o consumo excessivo e desordenado da água do Rio São Francisco, nos meses anteriores, resultaram num volume armazenado da ordem de 39%. Devido a essa situação, as autoridades e a população ficaram em alerta para um possível racionamento de energia elétrica no País. Em contrapartida, permaneceram positivas as cotas dos rios e das barragens na Região Sul.
A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) atuou próximo ao litoral do Pará, Maranhão e Ceará, intensificando a formação de linhas de instabilidade na costa norte do Brasil e favorecendo à ocorrência de índices de precipitação acima da média histórica sobre o Pará e Maranhão. No leste da Região Nordeste, as chuvas ficaram abaixo da média histórica. A incursão de massas de ar frio, no sul do País, causou o declínio moderado da temperatura na Região Sul.
As águas superficiais do Oceano Pacífico apresentaram o mesmo padrão de anomalias observado no mês passado e, associadas aos padrões de ventos em baixos e altos níveis da troposfera, ainda evidenciam condições de neutralidade no que se refere à configuração de um episódio frio ou quente do fenômeno ENOS. No Oceano Atlântico, permaneceram anomalias positivas observadas no mês de março nas mesmas latitudes da Região Sudeste do Brasil.
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