GRANDE ESCALA


Durante o mês de maio, as águas do Pacífico Equatorial estiveram com temperaturas próximas à média histórica. Foram observados alguns núcleos com anomalias de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) ligeiramente positivas na faixa equatorial (Figura 1). Próximo à costa oeste da América do Sul, a área de anomalia negativa, com magnitude inferior a 0,5ēC, diminuiu em relação a abril passado (Figura 1 e Tabela 1). No Oceano Atlântico Tropical, anomalias positivas de TSM foram observadas entre o Equador e 20ēN. Essas anomalias positivas foram consistentes com a atuação da Zona de Convergência Intertropical ao norte de sua posição climatológica (ver seção 3.3.1), contribuindo, por sua vez, para o déficit de precipitação no norte da Região Nordeste do Brasil. Na Bacia do Prata e no litoral da Região Sudeste do Brasil, as anomalias positivas de TSM colaboraram para a ocorrência de ciclogêneses.

O campo de Radiação de Onda Longa (ROL) destacou uma faixa de anomalias positivas e negativas no setor central do Pacífico Sul, possivelmente associadas ao deslocamento para leste da atividade convectiva associada à ZCPS (Figura 5). No Oceano Atlântico, a área de anomalia positiva de ROL, adjacente à costa da África, foi consistente com o posicionamento da ZCIT ao norte de sua climatologia na maioria das pêntadas de maio de 2005 (ver seção 3.3.1)

No campo de anomalia de Pressão ao Nível do Mar (PNM), o destaque foi a alternância entre núcleos positivos e negativos de pressão entre 30ēS e 40ēS (Figura 6), indicando a alta baroclinia dos sistemas que atuaram nessa região. Os centros das altas pressões subtropicais semi-estacionárias apresentaram-se mais fracos no Hemisfério Norte e deslocados para oeste no Hemisfério Sul. No Pacífico Equatorial, os valores de pressão apresentaram-se próximos à climatologia.

O campo de anomalia de vento em 850 hPa também mostrou anomalias ciclônicas e anticiclônicas entre 30ēS e 40ēS, ressaltando a presença de um trem de ondas de baixa freqüência no Hemisfério Sul (Figuras 7 e 8). Na América do Sul, houve transporte de umidade da Amazônia para o sul do Brasil, fator esse que também colaborou para as anomalias positivas de chuva observadas em praticamente toda a Região Sul. Sobre o nordeste da América do Sul, a área de anomalia anticiclônica inibiu o deslocamento dos sistemas frontais para posições mais ao norte no decorrer da primeira quinzena.

O escoamento em 200 hPa evidenciou um trem de ondas de baixa freqüência, cuja fonte de calor localizou-se possivelmente no Pacífico Oeste e originou as anomalias ciclônicas e anticiclônicas desde o Pacífico Oeste até a América do Sul (Figuras 9 e 10).

No Hemisfério Sul, o campo de anomalia de geopotencial, em 500 hPa, mostra número de onda 3 nas latitudes mais altas (Figura 11). Na faixa entre 30ēS e 40ēS, o número de onda 5 concorda com os campos de pressão e vento nos baixos níveis da atmosfera.

Figuras

[ Figura1][ Figura2] [ Figura3] [ Figura4] [ Figura5] [ Figura6][ Figura7] [ Figura8] [ Figura9] [ Figura10] [ Figura11] [ Figura12][ Tabela1]


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