Durante maio, os valores de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) apresentaram-se próximos à média em quase toda a extensão do Oceano Pacífico Equatorial (Figura 1), mantendo um padrão similar ao mês anterior. Na costa oeste da América do Sul (região Niño 1+2) persistem as anomalias negativas, porém menos intensas que no mês de abril (Figura 2 e Tabela 1). Esta configuração já evidencia condições de neutralidade em relação ao fenômeno ENOS. Anomalias positivas de TSM foram observadas na região de atuação da Zona de Convergência do Pacífico Sul (ZCPS). No Oceano Atlântico Tropical, predominaram anomalias positivas de TSM variando entre 0,5ºC e 1ºC, com destaque para a área adjacente ao leste do Brasil. A área com anomalias positivas de TSM próxima à Bacia do Prata diminuiu, porém uma grande área de anomalias positivas ocorreu no setor central do Atlântico Sul. No Atlântico Equatorial, as anomalias positivas de TSM continuam favorecendo o posicionamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) próximo ao nordeste da América do Sul, onde ocorreram chuvas acima da média (ver seção 2.1).
No campo de anomalias da Radiação de Onda Longa (ROL), notou-se o enfraquecimento da convecção anômala sobre a região da Indonésia, observada em abril passado, que é outro indicativo do desaparecimento do fenômeno La Niña (Figura 5). Pequenas áreas com anomalias negativas de ROL também são observadas na região das ZCPS, concordando com o campo de anomalias positivas de TSM. Destacou-se uma área com anomalias negativas de ROL próximo à Foz do Rio Amazonas, coincidentemente com região onde se verificou um excesso de precipitação (Figura 14).
O campo de Pressão ao Nível Médio do Mar (PNM) apresentou valores ligeiramente acima da média em todo o Oceano Pacífico Equatorial (Figura 6). Destacou-se uma intensa área de pressão mais alta que a média, desde o centro-sul da América do Sul até o sul do Oceano Atlântico, onde as anomalias atingiram 10 hPa. Esta configuração foi associada à rápida passagem de sistemas frontais pelo sul do País, a qual agravou a situação de seca na Região Sul do Brasil. Ressalta-se, contudo, a intensa incursão de massas de ar frio e a ocorrência do fenômeno da friagem na Região Norte (ver seção 3.2). Notou-se, também, um enfraquecimento das altas subtropicais do Atlântico e Pacífico.
No escoamento em 850 hPa, destacou-se a enfraquecimento dos alísios a leste de 150ºW, igualmente consistente com o final deste episódio de La Niña (Figura 7). Na bacia do Atlântico e Pacífico Sul, destacou-se a enfraquecimento dos anticiclones subtropicais semi-permanentes. O centro do anticiclone subtropical do Atlântico Sul, em particular, posicionou-se nas proximidades da costa sudoeste da África, contribuindo para o enfraquecimento dos alísios de sudeste adjacente à costa leste do Nordeste (Figura 8).
No campo de anomalia do vento em 200 hPa, destacou-se o deslocamento do jato subtropical para posições mais ao norte sobre a América do Sul (ver seção 4.1), o que contribuiu para o avanço dos sistemas frontais para latitudes mais baixas e para as anomalias negativas nos ventos de oeste sobre o Atlântico Sudoeste, em torno de 40ºS (Figuras 9 e 10).
O campo de altura geopotencial em 500 hPa, no Hemisfério Sul, permaneceu com um número de onda 3 tanto em latitudes subpolares quanto na faixa extratropical (Figura 12).
[ Figura1][ Figura2] [ Figura3] [ Figura4] [ Figura5] [ Figura6][ Figura7] [ Figura8] [ Figura9] [ Figura10] [ Figura11] [ Figura12][ Tabela1]
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