DADOS HIDROLÓGICOS


A crise de energia vem alterando de forma significativa a vida dos brasileiros. Há necessidade de economizar energia elétrica para evitar o risco de colapso, uma vez que, segundo especialistas, a situação ainda é considerada crítica. Neste sentido, o governo adotou um racionamento que objetiva economizar ao máximo o "volume útil" armazenado nas hidréletricas que geram energia. Esta situação persiste devido à redução das chuvas nas áreas das grandes bacias que compõem o sistema elétrico do País: bacias do Rio Grande, Rio Paranaíba, Rio Paraná e Rio São Francisco.

A Figura 29 mostra a localização das vinte e duas (22) estações fluviométricas onde são medidas as vazões de alguns rios do território brasileiro. Os valores das médias mensais de junho de 2001, assim como os respectivos desvios em relação à Média de Longo Termo (MLT) para o período de 1931 a 1986 (expressos em porcentagem) são apresentados na Tabela 2.

Na Figura 30, pode-se observar a evolução anual da MLT e as vazões médias mensais, medidas de janeiro de 2000 a junho de 2001. No caso de Manacapuru-AM, as vazões apresentadas são estimativas da vazão do Rio Solimões, a partir do modelo estatístico que relaciona vazões e cotas médias mensais do Rio Negro. A Figura 31 apresenta as cotas médias mensais do Rio Negro para o período de 1903 a 1986, assim como as cotas observadas desde janeiro de 2000 a junho de 2001. Para junho, o valor médio da cota observada foi de aproximadamente 28,11 m, com valor de máxima e mínima igual a 28,21 m e 27,87 m, respectivamente. Estes valores refletem um quadro de elevação quando comparado com o mês anterior.

Na Região Norte, as chuvas foram heterogêneas, ou seja, em algumas áreas ocorreram chuvas abaixo da média e, em outras, acima da média. Dessa forma, ocorreram desvios positivos nos postos de Manacapuru-AM e Coaracy-Nunes-AP, enquanto que nos postos de Tucuruí-PA, Balbina-AM e Samuel-RO, as cotas foram negativas.

No Nordeste brasileiro, a barragem de Sobradinho-BA apresentou uma pequena melhoria quando comparada com o mês anterior. Isto se deve às chuvas ocorridas ao longo da bacia e às medidas de racionamento adotada pela operadora (CHESF). Sobradinho é a barragem que mais requer atenção, pois, continua registrando tendência de queda. Em junho, foram registrados desvios negativos de vazão natural em torno de 46%. Dados de precipitação (mm) na área das Bacias do Rio São Francisco e do Rio Parnaíba podem ser observados nas Tabela 3 e 4.

As chuvas foram reduzidas na Região Sudeste, o que resultou em desvios negativos de vazão nos postos de Emborcação-MG, Itumbiara-MG, São Simão-MG e Furnas-MG, na Bacia do Rio Paranaíba. A barragem de Três Marias-MG registrou desvio negativo e preocupante da ordem de 66%, com um incremento médio da ordem de 5% devido principalmente às medidas de contenção na geração de energia proposta pela operadora (CHESF). No Estado de São Paulo, o quadro de poucas chuvas reduziu as vazões do Rio Grande, nos postos de Marimbondo e em Água Vermelha. Na barragem de Ilha Solteira-SP, o desvio negativo observado foi da ordem de -36%. No sul e sudoeste do Estado de São Paulo, próximo a divisa com o Paraná, foi observado um aumento nas chuvas que refletiu em desvios positivos nos postos Xavantes e Capivara.

Na Região Sul, algumas regiões permaneceram com excesso de chuva, mantendo as cotas dos rios e das barragens positivas. No Paraná, os desvios observados nos postos foram positivos em G. B. Munhoz e Salto Santiago. Em Santa Catarina, também predominaram desvios positivos de precipitação no Vale do Itajaí (Tabela 5), onde o posto Blumenau apresentou cota da ordem de 69%. No Rio Grande do Sul, observou-se desvio positivo na barragem Passo Fundo e negativo na barragem Passo Real.


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