SISTEMAS FRONTAIS E FRONTOGÊNESE


Durante o mes de junho, foram cinco os sistemas frontais que atuaram no País. Este número ficou um pouco abaixo da média climatológica, que são de sete sistemas para latitudes entre 35oS e 25oS. No mês ocorreram duas frontogêneses e ciclogêneses. Os sistemas em geral, ao atingirem a Região Sul, deslocavam- se para o Oceano. Apenas o segundo sistema frontal penetrou no interior do continente.

O último sistema frontal do mês anterior encontrava-se no dia 1, no litoral de Iguape-SP, e deslocou-se até Caravelas-BA, quando no dia 3 enfraqueceu.

No dia 5 observou-se um cavado invertido em superfície, com eixo desde o centro do Estado de Goiás estendendo-se até o Oeste de São Paulo, que originou uma frontogênese e ciclogênese no litoral deste Estado. Esta frente fria a primeira do mês, encontrava-se no dia 9 sobre o litoral de Salvador-Ba.

O segundo sistema frontal, atingiu o Rio Grande do Sul no decorrer no dia 15, deslocando-se pelo interior da Região Sul e pelo litoral até a Região Sudeste. Esta frente fria, estava associada a um sistema de baixa pressão de 1008 hPa localizado no centro do Rio Grande do Sul. Observou-se neste mesmo dia um cavado invertido em superfície com eixo no centro do Uruguai. No dia 18 , com o deslocamento do cavado para leste, houve a intensificação do centro de baixa pressão (ciclogênese) no Oceano Atlântico na altura do litoral do Rio Grande do Sul. Este sistema causou precipitações em toda a Região Sul. As chuvas fortes ocorreram entre os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, onde foram registradas no dia 18, em Campos Novos, Lages e Chapecó, em Santa Catarina, chuvas de 50 mm. Em Campo Mourão-PR foi registrado 70 mm. No dia 19, a frente fria enfraqueceu no litoral de Campos-RJ.

No dia 20, foi observado um cavado invertido em superfície, com eixo desde o sudoeste de Minas Gerais estendendo-se pelo centro da Região Sul. Foi observado também o jato em altos níveis sobre o Estado do Rio Grande do Sul. Com o deslocamento destes dois sistemas para leste houve, no dia 21, a formação de uma frontogênese sobre o Rio de Janeiro, associada a uma ciclogênese no Oceano Atlântico, na altura do litoral do Rio Grande do Sul. Este sistema, o terceiro do mês, deslocou-se pelo Oceano e no dia 23, na altura do litoral da Bahia enfraqueceu.

A partir do dia 23, observou-se que os sistemas frontais ao atingirem a Região Sul, deslocavam-se para o Oceano Atlântico e ao atingirem a Região Sudeste (litoral de São Paulo) eram intensificados com a presença de cavados invertidos em superfície sobre esta região.

O quarto sistema frontal teve deslocamento pelo Oceano Atlântico e ao atingir o litoral do Paraná, no dia 23, associou-se a um cavado invertido em superfície. Tal sistema foi observado no dia 25 sobre o litoral de São Paulo e ocasionou apenas nebulosidade sobre esta região.

No dia 26, o quinto e último sistema frontal do mês originou-se de uma frontogênese no litoral do Paraná, associado a um ciclone no Oceano Atlântico, no litoral de Santa Catarina. Este sistema teve rápido deslocamento encontrando-se no dia 30 sobre o litoral de Vitória-ES. As precipitações mais intensas ocorreram no norte/leste do Rio Grande do Sul, onde foram registradas chuvas de 75 mm em Torres-RS e de intensidade moderada no restante da região. Na retaguarda deste sistema frontal observou-se a entrada de um anticiclone que predominou sobre toda a Região Sul ocasionando geadas amplas. O ciclone próximo à costa do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, favoreceu a ocorrência de precipitação de neve no dia 29 nas localidades de S.Joaquim-SC, Bom Jesus-RS e em Palmas, no Paraná.


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