DADOS HIDROLÓGICOS


A situação do setor de energia elétrica no Brasil agravou-se nas Regiões Nordeste e Sudeste do Brasil, devido à continuidade do regime de poucas chuvas nas áreas das grandes bacias que compõem o sistema elétrico do País.

O destaque da crise é o reservatório de São Francisco, responsável por cerca de 60% da energia produzida para o Nordeste brasileiro. O volume útil para geração de energia encontra-se próximo aos 20%. Considerando que o período atual é de estiagem, a perspectiva é a continuação da tendência de queda deste volume no próximo mês. Contudo, em relação à MLT, foram registrados desvios menos negativos de vazão natural, em torno de 45%, o qual foi de aproximadamente 63% no mês anterior. Isto pode estar relacionado às medidas de racionamento adotadas pela operadora (CHESF).

A Figura 26 mostra a localização das vinte e duas estações fluviométricas onde são medidas as vazões de alguns rios do território brasileiro. Os valores das médias mensais de julho de 2001, assim como os respectivos desvios em relação à Média de Longo Termo (MLT) para o período de 1931 a 1986 (expressos em porcentagem) são apresentados na Tabela 2.

Na Figura 27, pode-se observar a evolução anual da MLT e as vazões médias mensais, medidas de janeiro de 2000 a julho de 2001. No caso de Manacapuru-AM, as vazões apresentadas são estimativas da vazão do Rio Solimões, a partir do modelo estatístico que relaciona vazões e cotas médias mensais do Rio Negro. A Figura 28 apresenta cotas médias mensais do Rio Negro para o período de 1903 a 1986, assim como as cotas observadas desde janeiro de 2000 a julho de 2001. Para julho, o valor médio da cota observada foi de aproximadamente 27,72 m, com valor de máxima e mínima igual a 28,18 m e 27,12 m, respectivamente. Estes valores refletem um quadro de elevação quando comparado com o mês anterior.

Na Região Norte, de maneira geral, as chuvas foram heterogêneas, ou seja, abaixo e acima da média. Dessa forma, os desvios das cotas variaram, ressaltando-se os desvios negativos nos postos de Balbina-AM, Coaracy-Nunes-AP, Samuel-RO e Tucuruí-PA. Em Manacapuru-AM, o desvio da cota foi positivo, porém com valor muito baixo.

Houve pouca precipitação na Região Sudeste, o que resultou em desvios negativos de vazão nos postos Emborcação-MG, Itumbiara-MG, São Simão-MG e Furnas-MG, na Bacia do Rio Paranaíba. A barragem de Três Marias-MG registrou desvio negativo e preocupante da ordem de 61%, porém 5% menos negativo que o mês anterior devido, principalmente, às medidas de contenção de energia proposta pela operadora (CHESF). No Estado de São Paulo, a situação de poucas chuvas reduziu as vazões do Rio Grande, nos postos de Marimbondo e Água Vermelha. Na barragem de Ilha Solteira-SP, o desvio negativo foi da ordem de 39%. No sul e sudoeste do Estado de São Paulo, próximo à divisa com o Paraná, foi observado um aumento nas chuvas que refletiu em desvios positivos nos postos de Registro, Xavantes e Capivara.

Na Região Sul, o excesso de chuva observado no mês passado continuou a ocorrer em algumas regiões, mantendo os desvios positivos das cotas dos rios e das barragens. No Paraná, os desvios observados nos postos foram positivos em G. B. Munhoz e Salto Santiago. Em Santa Catarina, também predominaram desvios positivos de precipitação no Vale do Itajaí (Tabela 3), onde o posto Blumenau apresentou desvio da cota da ordem de 24%. No Rio Grande do Sul, observou-se desvio positivo na barragem de Passo Real e em Passo Fundo.


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