Em julho, a Temperatura da Superfície do Mar (TSM), na bacia do Oceano Pacífico Equatorial, continuou próxima aos valores médios, ressaltando-se as águas ligeiramente mais frias (-0,5ºC a -1,0ºC) no Pacífico Equatorial Leste (Figura 1 e Tabela 1). No Pacífico Equatorial Central, o padrão foi de normalidade, com TSM’s entre -0,5ºC e 0,5ºC desviadas da média. Tomando-se a extensão do Pacífico Equatorial como um todo verificou-se um padrão de normalidade, ou seja, sem indicações de desenvolvimento do fenômeno ENOS.

No Oceano Atlântico Tropical Sul, continuou em evidência uma banda de TSM anomalamente quente (entre 0,5ºC e 1,5ºC), com orientação noroeste-sudeste, entre 15ºS e 25ºS, aproximadamente. Na porção extratropical do Oceano Atlântico Sul foi notável a permanência de um núcleo bastante intenso de anomalias positivas de TSM (superiores a 3ºC), na Foz do Rio da Prata (Figura 1).

A convecção sobre a região da Indonésia esteve próxima aos valores médios. Entretanto anomalias negativas de ROL foram observadas ao norte e ao sul dessa região. Sobre a América do Sul, anomalias negativas de ROL foram registradas em parte da Amazônia (Figura 4).

A Alta Subtropical do Atlântico Sul esteve deslocada para sudeste, enquanto a Alta Subtropical do Atlântico Norte ficou mais intensa que o normal. Foram observadas anomalias de PNM de até 2 hPa sobre o Nordeste do Brasil, estendendo-se sobre grande parte do Atlântico Sul. A Alta do Pacífico Sul esteve com valores de pressão abaixo da média (Figura 5), consistente com a situação de bloqueio observada no Pacífico Subtropical Leste. A Alta do Pacífico Sudeste esteve anomalamente deslocada para norte e houve diminuição da pressão adjacente à costa sudeste da América do Sul.

Os ventos alísios na região do Pacífico Equatorial ainda não mostraram um padrão favorável à formação de um episódio El Niño ou La Niña (Figuras 6 e 7). Foi notado o deslocamento para noroeste do anticiclone sobre o Pacífico Subtropical, que é a contrapartida da alta pressão em superfície. Os alísios intensificaram-se no Atlântico Sul e enfraqueceram-se no Atlântico Norte.

A análise dos ventos em 200 hPa mostra um jato subtropical estendendo-se por todo o Oceano Pacífico, com seu núcleo mais intenso a leste da Austrália, aproximadamente sobre a Linha Internacional de Data. A atividade anômala do jato durante o mês de julho se deu entre 150ºW e 90ºW, em 30ºS. Consistente com esta atividade anômala do jato está o posicionamento de um anticiclone ao norte desta configuração (Figuras 9 e 10). Esta anomalia anticiclônica aparece quase na mesma posição que a anomalia anticiclônica em 850 hPa, assim como a anomalia ciclônica a sudoeste da América do Sul, mostrando um comportamento barotrópico nessa região.

Nas latitudes extratropicais do Hemisfério Sul, o número de onda 3 ficou bem caracterizado nas anomalias de geopotencial (Figura 12).

[ Figura1][ Figura2] [ Figura3] [ Figura4] [ Figura5] [ Figura6][ Figura7] [ Figura8] [ Figura9] [ Figura10] [ Figura11] [ Figura12][ Tabela1]