QUEIMADAS NO BRASIL


Em julho, o total de focos detectados foi 35% superior ao mesmo período do ano passado: 6.700 contra 4.900 focos. Ao contrário do mês anterior, quando a maioria das queimadas registradas pelos satélites NOAA esteve concentrada no Mato Grosso, o uso do fogo generalizou-se em todo o Brasil Central (Figura 29), atingindo também a região mais seca do Nordeste, afetada pela forte estiagem e altas temperaturas.

Desde a primeira quinzena de julho, o fogo continuou a ser largamente utilizado por produtores do Mato Grosso, mas também teve altas concentrações no norte do Tocantins; nas vizinhanças de Açailândia, no Maranhão; no sertão do Piauí, Ceará e Pernambuco e em Goiás, ao norte de Brasília. O interior de São Paulo foi outra área bastante atingida, sobretudo na zona canavieira e no noroeste, onde predomina a pecuária de corte e a agricultura diversificada. Na fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraguai e com a Bolívia, o fogo atingiu alguns trechos do Pantanal.

O Estado do Mato Grosso foi o que apresentou o maior número de focos, superior a 1.500. A grande maioria concentrada em torno de Sinop, Piúva e Porto dos Gaúchos, entre a rodovia Cuiabá-Santarém e a vertente oeste da Serra do Tombador. Várias áreas indígenas do Mato Grosso e Maranhão também queimaram.

De acordo com o IBAMA, o Parque Nacional do Araguaia e o Parque Indígena do Araguaia, no Tocantins, também foram atingidos por diversas frentes de incêndio durante toda a quinzena. Só no dia 5 de julho, foram 11 focos na área indígena e 5 no parque nacional. A região é de cerrado e tem espécies resistentes ao fogo, mas a freqüência e intensidade dos incêndios vêm causando a degradação do ecossistema. Alguns focos persistentes atingiram também o Parque Nacional da Serra da Canastra, em Minas Gerais. Outras unidades de conservação atingidas foram a Reserva Biológica da União, no Rio de Janeiro, o Parque Nacional de Pacaás Novos, em Rondônia, e o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás.


[Índice]