MONITORAMENTO NA ANTÁRTICA


Em julho, ainda persistiu uma extensa área de anomalia negativa de pressão à superfície em toda a região Antártica, atingindo até as latitudes do Estreito de Drake, onde, no interior do continente, os desvios chegaram a -16 hPa (Figura 35). Na Península Antártica e no noroeste do mar de Weddell, também persistiram anomalias positivas de temperatura que atingiram 5oC (Figura 36). Estas anomalias foram notadas nos dados da estação brasileira Comandante Ferraz, onde a PNM média apresentou o mínimo histórico deste mês, 945,9 hPa, e a temperatura média foi de -3,6oC, ficando 2,7oC acima da normal. Ressalta-se, também, o extremo de rajada para julho, igual a 46,2 m/s (139 km/h).

Quanto aos ventos próximos à superfície, voltou a prevalecer o escoamento anômalo de ar das regiões antárticas e sub-antárticas para latitudes mais baixas, o que resultou em temperaturas abaixo da média nas Regiões Sul e Sudeste do Brasil (Figura 37). Entretanto, diferente do ocorrido em outros meses de 2004, quando as correntes de ar frio eram provenientes do norte e noroeste do mar de Weddell, em julho, ocorreram anomalias de vento de sul para norte, em longitudes próximas ao continente africano, e para oeste, em 30šS. No setor sudoeste do Atlântico, foram apenas seis os episódios de escoamento de sul para norte, os quais duraram 14 dias: 4 a 6; 8; 10 e 11; 16 a 18; 20 a 22; 27, e 28. A extensão de gelo no norte do mar de Weddell, que de janeiro a abril apresentou anomalia positiva, esteve muito próxima à média neste mês julho.


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