MONITORAMENTO NA ANTÁRTICA


Em julho, as anomalias negativas de Pressão ao Nível do Mar (PNM) atingiram até -8 hPa nos mares de Ross e Amundsen, enquanto que anomalias positivas ocorreram no norte da Península Antártica e na passagem de Drake (Figura 34). No nível de 500 hPa, manteve-se o predomínio de anomalia positiva de geopotencial no platô antártico, como observado desde maio passado (ver Figura 12, seção 1).

O campo mensal de anomalia de vento em 925 hPa evidenciou escoamento mais intenso de ar da região sub-antártica, entre as longitudes de 20ºW e 60ºW (norte do mar de Weddell), para o setor sudoeste do Oceano Atlântico Sul (Figura 35). Nesta área, registraram-se seis episódios de escoamento de ar em direção à costa sudeste da América do Sul, totalizando oito dias, o que resultou em valores de temperaturas próximos à média no sul do Brasil. Em julho de 2004, esta configuração ocorreu em seis episódios, com a duração de 14 dias, com ocorrência de temperaturas abaixo da média no sul do Brasil.

A temperatura do ar em 925 hPa apresentou-se até 8ºC acima da média no Oceano Austral, entre as longitudes 170ºE e 90ºW (Figura 36). No nível de 500 hPa, as temperaturas estiveram cerca de 2ºC acima da climatologia no platô antártico, mantendo a tendência dos últimos meses.

O escoamento de ar mais aquecido de norte em direção a região do mar de Amundsen (ver Figura 35) foi consistente com a retração da extensão do gelo marinho entre neste (Figura 37).

Na estação brasileira, Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), registrou-se temperatura média do ar de -6,2ºC, praticamente o valor médio para este mês. A magnitude do vento na média mensal foi igual a 3,7 m/s, o valor mais baixo já registrado neste mês, ficando 2,6 m/s abaixo da climatologia. As direções preferenciais do vento foram de oeste e leste. Dados completos e resumos mensais, bem como a climatologia da EACF (período de 1985 a 2005) encontram-se disponíveis no site http://antartica.cptec.inpe.br/~rantar/data/resumos/climatoleacf.xls


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