GRANDE ESCALA


Os padrões de circulação oceânica e atmosférica continuaram a indicar condições de La Niña com intensidade fraca. As águas com temperaturas mais baixas que a normal climatológica foram observadas nos setores central e leste do Pacífico Equatorial, com desvios negativos da ordem de 1 a 1,5ºC (figura 1.2.1). Em relação ao mês de junho, na região do Niño-3 (figura 1.2.2), houve uma pequena desintensificação das anomalias negativas de TSM.

O padrão de TSMs no Oceano Atlântico Tropical apresentou desvios positivos entre 1 e 2ºC junto à costa oeste africana e ao longo de boa parte da faixa equatorial (figuras 1.2.1 e 1.2.3). Uma região com águas mais frias que a normal climatológica ao longo da costa da Região Sul do Brasil, que já tinha sido observada nos dois últimos meses, continuou em julho, porém com uma área maior.

O campo de anomalias de radiação de onda longa (ROL) indicou padrão típico da atuação do fenômeno La Niña, com anomalias positivas de ROL no Pacífico Central e desvios negativos na região da Indonésia (figura 1.2.4). Anomalias negativas intensas foram observadas à leste da Ásia. No Atlântico Tropical e continente africano, observou-se a zona de convergência intertropical (ZCIT) com atividade convectiva mais intensa que a normal climatológica. Sobre a América do Sul, o campo de radiação de onda longa esteve próximo da normal climatológica (figura 1.2.4).

O campo de anomalias de pressão ao nível médio do mar (PNM) também indicou padrão típico da atuação do fenômeno La Niña, com anomalias negativas no setor oeste e positivas no setor leste (figura 1.2.5). O campo de anomalias de PNM (figura 1.2.5) evidenciou a alta subtropical do Pacífico Sul mais intensa que a normal climatológica, o que contribuiu para a intensificação dos ventos alísios e, portanto, para a manutenção do fenômeno La Niña. O índice de oscilação sul (IOS) continua indicando a fraca intensidade do fenômeno La Niña, porém mais forte do que nos últimos 2 meses, registrando valor de +0,5 em julho (tabela 1.2.1). O campo de PNM indicou a alta subtropical do Atlântico Sul deslocada para oeste de sua posição climatológica. No campo de anomalias (figura 1.2.5) notou-se que esse sistema de alta pressão esteve mais intenso próximo à América do Sul e, menos intenso no Atlântico Central Sul.

O campo de anomalias do vento em baixos níveis da atmosfera (850 hPa) indicou padrão da atuação do fenômeno La Niña somente no Pacífico Equatorial Central (figuras 1.2.6 e 1.2.7). A intensificação da alta subtropical do Pacífico Sul fez com que os ventos de sudeste, junto à costa oeste da América do Sul, ficassem mais intensos. Sobre o Atlântico Sul notou-se uma circulação anômala ciclônica, indicando o enfraquecimento da Alta nessa região. Junto à costa do Brasil, na altura do Estado da Bahia, os ventos estiveram mais intensos que a média, o que contribuiu para as anomalias positivas de precipitação no leste desse Estado. O campo de anomalias do vetor pseudotensão de cisalhamento superficial (figura 1.2.8) indicou anomalias de sudeste/leste, junto às costas leste e nordeste do Brasil, indicando também, o vento mais intenso nessa região.

Em altos níveis (200 hPa) observou-se um par de anomalias ciclônicas no Pacífico Central associadas ao fenômeno La Niña. Sobre a América do Sul, no campo médio mensal, foi observada circulação anticiclônica em 60ºW/10ºS. O jato subtropical atuou sobre a América do Sul entre 20 e 30ºS (figuras 1.2.9 e 1.2.10).

No campo de anomalias de altura geopotencial em 500 hPa, no Hemisfério Sul o padrão de onda dominante observado foi de 4 em latitudes médias e 2 em altas latitudes (figura 1.2.12).

Figuras

[ Figura 1.2.1][ Figura 1.2.2] [ Figura1.2.4] [ Figura 1.2.5] [ Figura 1.2.6][ Figura 1.2.7] [ Figura 1.2.9] [ Figura 1.2.10] [ Figura 1.2.12][ Tabela 1.2.1]


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