A continuidade do período de estiagem na área das grandes bacias que compõem o sistema elétrico do País continua agravando a situação da energia elétrica, em particular nas Regiões Nordeste e Sudeste.
A Figura 27 mostra a localização das 22 estações fluviométricas onde são medidas as vazões de alguns rios do território brasileiro. Os valores das médias mensais de agosto de 2001, assim como os respectivos desvios em relação à Média de Longo Termo (MLT) para o período de 1931 a 1986 (expressos em porcentagem) são apresentados na Tabela 2.
Na Figura 28, pode-se observar a evolução anual da MLT e as vazões médias mensais, medidas de janeiro de 2000 a agosto de 2001. No caso de Manacapuru-AM, as vazões apresentadas são estimativas da vazão do Rio Solimões, a partir do modelo estatístico que relaciona vazões e cotas médias mensais do Rio Negro. A Figura 29 apresenta as cotas médias mensais do Rio Negro para o período de 1903 a 1986, assim como as cotas observadas no período de janeiro de 2000 a agosto de 2001. Para agosto, o valor médio da cota observada foi de aproximadamente 26,06 m, com valor de máxima e mínima igual a 27,07 m e 24,79 m, respectivamente.
Na Região Norte, as chuvas apresentaram predominância de valores abaixo média. Dessa forma, os desvios das vazões observadas foram negativos na maioria dos postos, com exceção das barragens de Coaracy-Nunes-AP e Manacapuru-AM, onde as cotas foram positivas.
Na Região Nordeste, o reservatório de São Francisco, responsável pela produção de 60% da energia total, apresentou volume útil próximo aos 12%. Em agosto, foram registrados desvios negativos de vazão natural em torno de 42%, um pouco inferior ao observado no mês anterior.
Ocorreram poucas chuvas na Região Sudeste, o que resultou em desvios negativos de vazão, principalmente nos postos de Emborcação-MG, Itumbiara-MG, São Simão-MG e Furnas-MG, na Bacia do Rio Paranaíba. A barragem de Três Marias-MG registrou desvio negativo da ordem de 59%. No Estado de São Paulo, embora tenham predominado desvios positivos de precipitação, as vazões do Rio Grande, nos postos de Marimbondo e em Água Vermelha continuaram baixas. Na barragem de Ilha Solteira-SP, o desvio foi negativo (-39%), semelhante ao observado no mês anterior. No posto Registro, o desvio da vazão foi negativo em 14%. No sul e sudoeste do Estado de São Paulo, próximo à divisa com o Paraná, foram observados desvios positivos nos postos Xavantes e Capivara.
Na Região Sul, houve alteração significativa nas cotas quando comparado com o mês anterior, em especial, nos postos localizados no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Nessa região, ocorreram poucas chuvas, o que influenciou desfavoravelmente nas cotas das barragens, tornando os desvios negativos. Em Santa Catarina, predominaram desvios negativos de precipitação no Vale do Itajaí (Tabela 3), reduzindo a vazão do posto Blumenau (SC), que apresentou cota da ordem de -39%. No Rio Grande do Sul, os desvios das cotas foram negativos em Passo Real e Passo Fundo, respectivamente iguais a -60,1% e -53,3%. Por outro lado, no Paraná, os desvios foram positivos nos postos G. B. Munhoz e Salto Santiago.
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