VÓRTICES CICLÔNICOS EM ALTOS NÍVEIS


A atuação de cavados e vórtices ciclônicos em altos e médios níveis, associados, também, à formação de cavados invertidos nos baixos níveis sobre a Região Sul do Brasil, foram os responsáveis pelas instabilidades ocorridas nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, a partir do dia 21 de agosto. Neste período, foram observadas anomalias positivas de precipitação em alguns setores destas Regiões.

No início do mês, os cavados em altos níveis que atuaram na Região Nordeste, com eixo desde o Pará estendendo-se até o Mato Grosso do Sul, causaram aumento da nebulosidade nestas regiões.

Nos dias 10, 11, 12 e 13, um cavado em altos níveis deslocou-se do centro do Pará e norte do Mato Grosso para leste, favorecendo chuvas na faixa litorânea da Região Nordeste.

Um vórtice ciclônico em 500 hPa, localizado no oceano na altura do litoral de São Paulo, permaneceu estacionário desde o dia 15 até o dia 18, deslocando-se no dia 19, para o noroeste, próximo ao litoral de Vitória-ES. No dia 20, o centro do vórtice encontrava-se na altura do litoral da Bahia.

A partir do dia 21, a formação de um cavado e de um vórtice ciclônico nos médios e altos níveis adjacentes ao litoral de Santa Catarina, em associação com uma baixa pressão à superfície, causou chuvas intensas e ventos fortes, principalmente nos Estados do Paraná, São Paulo e sul de Minas Gerais. Este sistema permaneceu semi-estacionário até o dia 24, deslocando-se para o oceano no dia seguinte.

Entre os dias 27 e 31, observou-se o deslocamento de um cavado nos médios e altos níveis desde o noroeste da Argentina, no dia 27, até o sul da Região Sudeste do Brasil, no dia 31. Ressalta-se que este cavado esteve associado ao jato subtropical sobre a América do Sul (ver Figura 26d, seção 4.1) e, juntamente com a contribuição do jato em baixo níveis, provocou chuvas intensas no Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.


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