A figura 3.1 mostra a localização das 22 estações fluviométricas onde são medidas as vazões de alguns rios. Os valores das médias mensais de agosto, assim como os respectivos desvios em relação à Média de Longo Termo (MLT) para o período de 1931 a 1986 (expressos em porcentagem) são apresentados na tabela 3.1.
Na figura 3.2 pode ser observada a evolução anual da MLT e as vazões médias mensais medidas no período de janeiro de 1998 a agosto de 1999. No caso de Manacapuru-AM, as vazões apresentadas são estimativas da vazão do Rio Solimões, a partir do modelo estatístico que relaciona vazões e cotas médias mensais do Rio Negro. A figura 3.3 apresenta as cotas médias mensais do Rio Negro para o período de 1903-1996. Em agosto, o valor médio da cota observada foi de aproximadamente 27,78 m.
As condições pluviométricas para o Estado de Rondônia permaneceram as mesmas, quando comparadas com os últimos meses, ou seja, continuam apresentando anomalias negativas de precipitação, o que reduziu as cotas dos rios, provocando desvios negativos de vazão na barragem de Samuel-RO, da ordem de -80%. A precipitação pluviométrica na região Central da Amazônia foi um pouco abaixo da média. A maioria das chuvas no centro-norte do país ocorreram nas cabeceiras dos rios, nos Estados do Amazônas, Acre e Rondônia. O incremento das águas nos rios refletiu no aumento da vazão observado no Rio Uatumã, na barragem de Balbina-AM (13,8%) e no Rio Solimões, no posto de Manacapuru-AM (15,3%). O Rio Araguari, em Coaracy-Nunes-AP, apresentou desvios positivos da ordem de 24% em relação à MLT. Com o baixo volume de chuva em praticamente todo o Estado do Pará, o rio Araguaia-Tocantins apresentou desvios negativos de -27,2% na barragem de Tucuruí-PA.
Em agosto, nas Regiões Sul e Sudeste foram registrados desvios negativos de precipitação, o que caracterizou uma grande área de seca. Dessa forma, todos os rios e barragens localizados nos seus respectivos Estados, apresentaram desvios negativos de vazão em relação à MLT, na barragem de Três Marias-MG (-64,7%), no Rio Parnaíba, nos postos de Emborcação-MG (-53,4%), Itumbiara-MG (-50,3%), São Simão-MG (-23,7%) e Furnas-MG (-41,1%). A redução das chuvas no Estado de São Paulo afetou as vazões do Rio Grande, nos postos de Marimbondo-SP (-27,3%) e Água Vermelha-SP (-27,3%). Da mesma maneira, a barragem de Ilha Solteira-SP, sobre o Rio Paraná, apresentou desvios de -31%, em Xavantes-SP (-6,8%), Capivara-SP (-10,1%) e em Registro (-22,2%). As precipitações na ordem de 50mm no litoral do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, não foram suficientes para evitar o quadro geral de anomalias negativas, nos postos de G. B. Munhoz-PR (-59,1%), Salto Santiago-PR (-52,6%), Blumenau-SC (-70,1%), Passo Real-RS (-36,3%) e Passo Fundo-RS (-44,0%).
Na barragem de Sobradinho foram observados desvios positivos na ordem de 36%. É importante enfatizar que o volume do Rio São Francisco é influenciado por vários sistemas pluviométricos, porém, as chuvas no Norte de Minas Gerais elevam seu volume de forma significativa. Entretanto, no mês de agosto foram observadas anomalias negativas de precipitação em todo o Estado de Minas Gerais. Parte da Região Nordeste apresentou anomalias positivas de chuvas, de 100mm, do litoral sul da Bahia até Alagoas. Precipitação de 50mm ocorrida na região central do Estado da Bahia, elevaram a cota na Barragem de Sobradinho.
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