O aumento da área com anomalias negativas de TSM, além do aumento na magnitude dessas anomalias, indicou o fortalecimento do fenômeno La Niña no mês de agosto de 1999. Na Região do Niño-3 (Pacífico Equatorial Central) as anomalias estiveram inferiores a 1,5ºC, mesma ordem de magnitude observada na região do Niño 1+2 (costa oeste da América do Sul) (figura 1.2.1). Em relação ao mês de julho observou-se decréscimo das TSMs, no que se refere à média nos Niños 3.4 e 4 (Pacífico Oriental). Neste último setor as TSMs estiveram aproximadamente 0,5ºC abaixo da média (figura 1.2.2).
Na porção tropical do Oceano Atlântico predominaram TSMs próximas da média histórica. No setor equatorial, próximo à costa oeste da África ocorreram desvios positivos de 1ºC (figuras 1.2.1 e 1.2.3). No Atlântico Equatorial as temperaturas estiveram próximas da média.
A convecção inferida pelo campo de anomalia de Radiação de Onda Longa (ROL) esteve abaixo da média (anomalias positivas de ROL) no Pacífico Equatorial, nas proximidades da Linha de Data (figura 1.2.4). Esse padrão é coerente com o fortalecimento do atual episódio La Niña. Na Indonésia as anomalias negativas de ROL evidenciaram intensa atividade convectiva. A convecção esteve abaixo da média no Sudeste da América do Sul e acima da média no Sahel.
Foi observada anomalia positiva de pressão ao nível do mar em praticamente toda a extensão do Pacífico Tropical. Os maiores valores foram observados entre a linha de data e 120ºW (Niños 3 e 3.4), coincidindo com as áreas de maior resfriamento (figura 1.2.5). A alta subtropical do Pacífico Sul esteve menos intensa que a média climatológica. O Índice de Oscilação Sul no mês de agosto foi de +0,1, mas diminuiu em relação ao mês passado (tabela 1.2.1). A alta subtropical do Atlântico Sul esteve mais intensa que a média e ligeiramente deslocada para oeste (figura 1.2.5).
Em 850 hPa, os ventos alísios continuaram com anomalias de leste no Pacífico Equatorial Oeste. No Oceano Atlântico, a desintensificação dos alísios na região de anomalias positivas de TSM (Atlântico Equatorial), contribuiu para convecção acima da média no oeste africano (figuras 1.2.6 e 1.2.7). A intensificação e o deslocamento da alta do Atlântico Sul provocaram ventos mais intensos que a média no sul do Nordeste brasileiro, que favoreceram as chuvas no litoral da Bahia e anomalias positivas de chuva. O campo de anomalias do vetor pseudo-tensão de cisalhamento superficial (figura 1.2.8) continuou indicando o vento mais intenso e anomalias de sudeste junto à costa nordeste do Brasil.
Em altos níveis (250 hPa), o jato subtropical no Pacífico esteve mais intenso que a média e centrado em aproximadamente 120ºW. Sobre a América do Sul os ventos ficaram mais fracos que a média.
Na parte leste do Hemisfério Norte predominaram anomalias positivas de geopotencial em 500 hPa nas latitudes médias e anomalias negativas nas latitudes altas (figura 1.2.11). No hemisfério sul foram observadas anomalias positivas na costa sudeste do Brasil, anomalias que se estenderam com mais intensidade no Atlântico Sul próximas à circulação de alta pressão em superfície. Foi observado padrão de onda 3 nas médias e altas latitudes (figura 1.2.12).
[ Figura 1.2.1][ Figura 1.2.2] [ Figura1.2.4] [ Figura 1.2.5] [ Figura 1.2.6][ Figura 1.2.7] [ Figura 1.2.9] [ Figura 1.2.10] [ Figura 1.2.12][ Tabela 1.2.1]
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