MONITORAMENTO NA ANTÁRTICA


No mês de setembro, apenas a Península Antártica e a região do meridiano 120oE apresentaram anomalias negativas de pressão à superfície, com desvios de até -15 hPa (Figura 34), porém, mantendo-se a tendência de redução da forte anomalia negativa que dominou todo o continente nos últimos sete meses. Na série da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), iniciada em 1986, este mês de setembro foi o que registrou a menor pressão média, com 980,5 hPa, ou seja, 9,8 hPa abaixo da média. Considerando o escoamento em 925 hPa (Figura 35), notou-se intenso fluxo de ar vindo do norte no setor leste do mar de Weddell, e escoamento anômalo de sul na região oeste da Península. Conseqüentemente, as temperaturas foram mais elevadas no sul do mar de Weddell, com desvios positivos de até 8oC (Figura 36).

O escoamento de ar frio do mar de Weddell para o litoral sul e sudeste do Brasil ocorreu apenas em três períodos, a saber: dias 03 a 05; 10 e 11 e 28 a 30. A extensão de gelo no mar de Weddell, assim como ao redor de todo o continente, manteve-se próxima à média, seguindo a tendência de meses anteriores.

A Tabela 5 resume os dados mais relevantes obtidos na estação brasileira Comandante Ferraz, destacando-se os seguintes recordes: rajada de 47,5 m/s (92 kt ou 171 km/h), menor pressão já registrada desde 1986, igual a 938, 7 hPa. Estes valores extremos de rajada e pressão decorreram da passagem de um sistema ciclônico que atuou na estação por cerca de 34 horas entre os dias 17 e 18. A queda de pressão foi da ordem de 39 hPa, a temperatura média atingiu 0,6oC e os ventos de 29,2 m/s (57 kt ou 105 km/h) mantiveram-se por duas horas. A imagem do satélite NOAA-15, recebida na estação Comandante Ferraz, ilustra a atuação deste violento sistema que é típico de latitudes oceânicas antárticas (Figuras 37a e 37b).


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