Em setembro, houve um ligeiro aumento das anomalias positivas de Temperatura da Superfície do Mar (TSM), com valores variando entre 0,5ºC e 2ºC, ao longo do Pacífico Equatorial (Figura 1). Nas regiões dos Ninõs 1+2, 3, 3.4 e 4, as anomalias médias de TSM variaram entre 0,7ºC e 0,9ºC (Figura 2 e Tabela 1). Além do aquecimento das águas do Oceano Pacífico, o padrão canônico associado ao fenômeno El Niño também inclui o Índice de Oscilação Sul (IOS), que ficou negativo pelo quinto mês consecutivo (Tabela 1). Contudo, sobre a América do Sul, os efeitos característicos de um El Niño (chuvas acima da média sobre a Região Sul e abaixo da média sobre o Nordeste e leste da Amazônia) ainda não foram observados durante setembro. Com relação ao Oceano Atlântico, destacou-se uma ligeira diminuição das anomalias positivas que se estendiam pelo setor sudoeste, desde o litoral sudeste do Brasil até a Bacia do Prata. Por outro lado, o Oceano Atlântico Tropical Norte, houve uma expansão das áreas com águas superficiais mais quentes que a climatologia para este mês.
No campo de anomalia da Radiação de Onda Longa (ROL), destacaram-se a área de maior convecção ligeiramente deslocada para leste da região da Indonésia e a permanência de uma área de anomalia positiva de ROL (inibição da convecção) a oeste da Indonésia e sobre o sul do continente australiano (Figura 5). Esta situação evidenciou pequena evolução da atividade associada ao El Niño, a oeste de 180º, durante setembro. Sobre a América Central e extremo norte da América do Sul, houve diminuição da convecção.
O campo de Pressão ao Nível do Mar (PNM) evidenciou anomalias negativas próxima à América do Sul, sobre o Pacífico Sudeste e Atlântico Sudoeste, indicando o enfraquecimento da alta subtropical no Pacífico e o deslocamento para leste da alta subtropical do Atlântico (Figura 6). Sobre o setor sudoeste do Atlântico, a extensa área com anomalias negativas de PNM refletiu a freqüente passagem de sistemas frontais (ver seção 3.1).
No escoamento em 850 hPa, observou-se o enfraquecimento dos alísios ao longo da faixa equatorial do Oceano Pacífico (Figuras 7 e 8). Esta situação foi consistente com a expansão da área de anomalias positivas de TSM em comparação ao mês anterior. Sobre a América do Sul, destacaram-se as anomalias de norte preferencialmente sobre os setores central e oeste do Brasil, associadas à intensificação do escoamento anticiclônico, principalmente entre os dias 09 e 23 de setembro.
O escoamento médio mensal em 200 hPa apresentou-se zonal em latitudes extratropicais do Hemisfério Sul (Figuras 9 e 10). Sobre o continente sul-americano, notou-se a atividade da corrente de jato subtropical bastante variável, oscilando entre as latitudes 20ºS e 40ºS (ver seção 4.1), e o início da configuração típica dos meses de verão, com a definição do centro da Alta da Bolívia e do cavado sobre o Nordeste do Brasil, ambos em fase ainda incipientes. Notaram-se, também, nas adjacências do sul da América do Sul, anomalias ciclônicas sobrepostas em altos e baixos níveis da atmosfera, consistente com a situação mais estacionária que dominou em meados de setembro.
O campo de altura geopotencial em 500 hPa apresentou um número de onda 3 no Hemisfério Sul. Destacaram-se as anomalias negativas de geopotencial sobre Atlântico Sudoeste e positivas sobre o Pacífico Sudeste (Figura 12).
[ Figura1][ Figura2] [ Figura3] [ Figura4] [ Figura5] [ Figura6][ Figura7] [ Figura8] [ Figura9] [ Figura10] [ Figura11] [ Figura12][ Tabela1]
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