A partir deste mês de setembro, será utilizada nova metodologia no diagnóstico dos sistemas frontais que atuam no Brasil, com destaque para a inclusão de novas cidades e o acompanhamento das frentes frias desde a sua passagem e/ou formação sobre a Argentina e o Uruguai (ver nota nº10 no final desta edição). Neste mês, sete sistemas frontais avançaram pelo Brasil, sendo que dois chegaram até o sul da Bahia. Este número ocorreu dentro da climatologia para latitudes entre 25ºS e 35ºS (Figura 22). No período de 09 a 23, os sistemas frontais restringiram sua atuação às Regiões Sul e Sudeste do Brasil, avançando, no máximo, até o litoral do Rio de Janeiro.
A primeira frente fria foi mais intensa e atingiu o sul do País entre os dias 01 e 02, posicionando-se no sul da Bahia na madrugada do dia 06. O ciclone extratropical associado causou ventos fortes no Rio Grande do Sul, leste de Santa Catarina, Paraná e em São Paulo, destacando-se, no dia 02, as cidades de Porto Alegre (101 km/h), Santa Maria-RS (68,5 km/h) Curitiba (62,9 km/h) e, no dia 03, São Paulo-SP (81,36 km/h), segundo dados do INMET. A intensa massa de ar frio que atuou na retaguarda deste sistema causou declínio de temperatura no centro-sul do Brasil, inclusive com ocorrência de neve na Serra Geral e recordes de temperatura mínima (ver seção 3.2).
O segundo sistema frontal atuou na Região Sul do Brasil no dia 09, às 12:00 TMG. Este sistema causou chuvas intensas no norte do Rio Grande do Sul e no sudoeste do Paraná, deslocando-se para o oceano no dia seguinte.
O terceiro sistema frontal ingressou pelo litoral e interior da Região Sul na madrugada do dia 12, posicionando-se no litoral de Florianopólis-SC no dia seguinte. Durante sua trajetória, proporcionou grande quantidade de descargas elétricas no leste do Rio Grande do Sul. No dia 13, registrou-se 62,6 mm de chuva na cidade do Rio Grande-RS. A atuação do jato em baixos níveis forçou o recuo deste sistema como frente quente, posicionando-o sobre o litoral do Rio Grande do Sul, onde permaneceu até o dia seguinte. Houve chuvas generalizadas e precipitação de granizo em algumas cidades do Rio Grande do Sul.
Entre os dias 14 e 15, configurou-se, próximo ao litoral do Rio Grande do Sul, uma baixa pressão que deu origem a novo sistema frontal – o quarto do mês. Ressalta-se que este centro de baixa pressão também foi intensificado pela atuação do jato em baixos níveis. Este sistema avançou pelo litoral e interior do Rio Grande do Sul, deslocando-se até Ubatuba-SP no dia 16. Durante sua trajetória, ocorreram rajadas de vento de até 50 km/h em cidades do Paraná.
O quinto sistema frontal originou-se de uma ciclogênese sobre a Região Sul no dia 20, configurando-se sobre o litoral de São Paulo na madrugada do dia 21. Pelo interior, este sistema deslocou-se até Campo Grande-MS. As linhas de instabilidade associadas causaram chuva de granizo e queda de árvores no Mato Grosso do Sul e temporais em São Paulo, onde cerca de 40 casas foram destelhadas. No dia 22, este sistema posicionou-se sobre o oceano, porém, áreas de instabilidade ainda causaram fortes chuvas em Minas Gerais e no Espírito Santo. Na região metropolitana de Belo Horizonte, houve deslizamento de terra e foram registradas 252 descargas elétricas (Fonte: Rede Rindat, DSA/CPTEC/ INPE).
Entre os dias 23 e 30, o sexto e o sétimo sistemas frontais avançaram, pelo litoral, até as cidades de Ilhéus-BA e Ubatuba-SP, respectivamente. O sexto sistema frontal também causou temporais, com vento forte e queda de granizo em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e no Paraná. Destacaram-se as rajadas de vento registradas em Campo Grande-MS (115 km/h), Curitiba-PR (70 km/h) e Urubupungá-SP (74 km/h), no dia 23.
[Índice]