MONITORAMENTO NA ANTÁRTICA


Em outubro, foi notado no campo de Pressão ao Nível do Mar (PNM) a tendência de redução, em extensão e intensidade, da forte anomalia negativa de PNM na Antártica, identificada em março deste ano. A anomalia negativa limitou-se principalmente a áreas a sudeste da Península Antártica e ao norte das latitudes sub-antárticas, em 55oS, no Pacífico Sul (Figura 34). Ventos anômalos de norte afetaram o setor oeste do mar de Weddell (Figura 35), provavelmente associados com as anomalias positivas de pressão no Atlântico Sul. Como conseqüência, verificou-se a entrada de ar mais quente no sul do mar de Weddell, onde as temperaturas estiveram acima da média histórica (Figura 36). Esta configuração repetiu, em menor escala, a situação apresentada no mês anterior quando extensas áreas do continente tiveram temperaturas mais altas que a média. A Tabela 5 apresenta os dados observados na estação brasileira Comandante Ferraz, no período de maio a outubro de 2004.

Foram observados seis episódios de escoamento no sentido de sul para norte, à superfície, no setor sudoeste do Atlântico Sul, que ocorreram nos seguintes dias: 1 (C); 6 e 7 (A); 10 a 12 (A); 20 (C); 24 (C) e 26 (C), onde "A" e "C" indicam circulação ciclônica e anticiclônica, respectivamente. A corrente de jato subpolar não foi observada na área de interesse e o núcleo do jato subtropical, notado entre 25oS e 40oS, na América do Sul, expandiu-se cerca de cinco graus de latitude para posições ao norte de sua climatologia (Figura 37). O escoamento de sul para norte, à superfície, e a posição do jato subtropical favoreceram as temperaturas mais baixas que a média no sul e sudeste do Brasil. A extensão de gelo no mar de Weddell, assim como ao redor de todo continente, manteve-se próxima à média, como observado em meses anteriores.


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