Sobre o Atlântico Tropical foram observadas águas mais quentes que a normal climatológica em todo o setor norte e em grande parte do setor sul. Os maiores desvios positivos foram observados junto à costa da Bahia e junto à costa do Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina e, variaram entre 1 e 2oC acima da normal climatológica. Foram observados desvios negativos numa faixa orientada no sentido noroeste-sudeste, na altura do litoral sul de São Paulo (figuras 1.2.1 e 1.2.3). Justamente ao norte desta faixa, observou-se uma outra faixa com desvios positivos e, na interface entre elas, observou-se o estacionamento das frentes frias durante o mês, o que favoreceu a ocorrência de chuvas no norte de Minas Gerais e sul/sudoeste da Bahia (vide Seção 2.1).
A convecção ficou próxima da média no Pacífico Leste, e abaixo da média em grande parte do Pacífico Equatorial Central e Ocidental. A convecção foi mais intensa que a normal climatológica sobre a Indonésia. Este padrão está refletindo bem, as características de uma situação de La Niña. Sobre a América do Sul observou-se convecção próxima à média e um pouco mais intensa que o normal em uma banda NW/SE da Amazônia ao Sudeste do Brasil. Na região central da Argentina foram observados desvios negativos de ROL (figura 1.2.4). Foi observada convecção intensa na América Central e sobre a Índia.
A alta subtropical do Pacífico Sul, assim como nos últimos meses, continuou mais intensa que a média, o que pode favorecer o desenvolvimento e manutenção do fenômeno La Niña (figura 1.2.5). Sobre a Austrália e Indonésia as anomalias de pressão são negativas sendo consistentes com o Índice de Oscilação Sul (IOS) positivo (+1,0). Sobre o Atlântico, a alta subtropical do Atlântico Sul esteve novamente mais intensa que a normal climatológica. Sobre a América do Sul foram observadas anomalias positivas de PNM, principalmente sobre a Bolívia, Paraguai, centro-norte da Argentina, sul do Brasil e Uruguai. Estas anomalias positivas refletem o posicionamento médio das massas de ar frio que penetraram no país, principalmente na segunda quinzena do mês.
No Pacífico Equatorial Central e em grande parte do setor Oriental, os ventos alísios estiveram mais intensos que a normal climatológica, o que é favorável para a manutenção do fenômeno La Niña. Em geral, os ventos estiveram mais intensos a oeste de 120oW. A leste desta longitude ainda foram observados ventos com anomalias de oeste, ou seja, alísios mais fracos que a normal climatológica (figuras 1.2.6 e 1.2.7). Sobre a América do Sul observou-se ventos de norte, da Amazônia para o Sul, que podem ser responsáveis pelo transporte de umidade da região Amazônica em direção ao sul do país, Paraguai e norte da Argentina (figuras 1.2.6 e 1.2.7), o que favoreceu a ocorrência de complexos convectivos de mesoescala (CCMs).
Em altos níveis (200 hPa), além do jato australiano no Hemisfério Sul, o escoamento foi mais intenso que o normal ao sul de 40oS e a leste de 180o, no Pacífico. Na região equatorial do Pacífico observou-se escoamento de oeste mais intenso que a média, desde 180 a 120oW, o que é consistente com a situação observada em baixos níveis. Sobre a América do Sul observou-se a atuação da Alta da Bolívia e de um cavado sobre o norte da Região Nordeste e em parte da Região Norte. O jato sobre a América do Sul esteve mais intenso próximo à latitude de 20oS, o que também favoreceu para a formação de CCMs e, mais fraco em aproximadamente 30oS. Após a segunda quinzena do mês, observou-se um semi-estacionamento das frentes frias no norte de Minas Gerais e sul da Bahia, o que induziu ao aparecimento de um centro com anomalia anticiclônica nesta região associado à convecção naquela região (figuras 1.2.9 e 1.2.10).
A anomalia de altura geopotencial em 500 hPa (figura 1.2.12) no Hemisfério Sul indicou um padrão de onda 1 e 3. Foram observadas anomalias negativas em grande parte do Pacífico Sul nas latitudes altas e anomalias positivas nas latitudes médias. Deve-se destacar um centro com anomalias negativas sobre o oeste da América do Sul.
[ Figura 1.2.1] [ Figura 1.2.3] [ Figura1.2.4] [ Figura 1.2.5] [ Figura 1.2.6] [ Figura 1.2.7] [ Figura 1.2.8] [ Figura 1.2.9] [ Figura 1.2.10] [ Figura 1.2.12]
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