SISTEMAS FRONTAIS E FRONTOGÊNESE


Oito sistemas frontais atuaram durante o mês de outubro sobre o Brasil, e este número ficou um pouco acima da média climatológica que é de sete sistemas para latitudes entre 35 e 25oS. Três sistemas atingiram regiões ao norte de 20oS e houve duas frontogêneses e ciclogêneses no mês.

Em geral, as frentes frias tiveram um rápido deslocamento pela Região Sul e, ao atingir as Regiões Sudeste, Centro-Oeste e sul da Bahia, organizaram convecção tropical no interior do país. Ocorreram instabilidades isoladas no norte de Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia.

O último sistema frontal do mês de setembro encontrava-se no litoral do Rio de Janeiro, permanecendo estacionário até o dia primeiro. No dia 2, a frente fria deslocou-se para Campos-RJ.

O primeiro sistema frontal de outubro, atingiu no dia 5, o sul do país. Este sistema teve um deslocamento pelo interior da Região Sul e pelo litoral das Regiões Sul e Sudeste. Teve um rápido deslocamento pela Região Sul e ao atingir a Região Sudeste, organizou linhas de instabilidades no Estado de São Paulo e Rio de Janeiro. Nestas cidades houve registro de ventos, chuvas fortes e queda de granizo, principalmente em São Paulo, causando inundações e danos materiais.

Entre os dias 8 e 9 observou-se a passagem de cavados invertidos em superfície sobre a Região Sudeste, favorecendo uma frontogênese e ciclogênese na altura do litoral do Estado de São Paulo. Esta nova frente (a segunda do mês) deslocou-se para o litoral sul da Bahia e enfraqueceu. As chuvas foram fracas na Região Sul e moderadas e fortes na Região Sudeste. Ocorreram instabilidades isoladas no litoral e interior da Bahia.

No dia 11, um jato de norte em 850 hPa e um cavado na média troposfera da Região Sudeste, originou uma frontogênese e ciclogênese no litoral norte do Estado de São Paulo. A frente fria (a terceira do mês) interagiu com cavados invertidos em superfície na Região Centro-Oeste, causando muita nebulosidade e chuvas isoladas sobre esta Região. Este sistema, no dia 15, encontrava-se em Caravelas-BA, deslocando-se no dia seguinte para o oceano.

No dia 11, o quarto sistema frontal do mês atingiu com nebulosidade somente o extremo sul do país, deslocando-se neste mesmo dia para o oceano.

No dia 16, observou-se um sistema de baixa pressão em superfície e, um cavado em todos os níveis no oeste da Região Sul e no sudoeste de São Paulo. Este sistema interagiu com uma frente fria que encontrava-se no oceano, no litoral sul do Rio Grande do Sul. No dia 17, a área de baixa pressão, associada ao sistema frontal (o quinto do mês) encontrava-se no litoral de São Paulo, causando fortes ventos e chuvas intensas sobre esta Região. Este sistema encontrava-se no dia 21 em Salvador-BA, onde enfraqueceu. Instabilidades isoladas ocorreram no oeste e noroeste da Bahia.

Nos dias 23 e 24, a sexta frente fria do mês teve um rápido deslocamento pelo interior e litoral da Região Sul, encontrando-se nos dias 25 e 26, no litoral sul do Espírito Santo e deslocando-se no dia 27 para o oceano.

Um sistema de baixa pressão em superfície foi observado no decorrer do dia 26 e, um cavado em todos os níveis no oeste da Região Sul. Este sistema, no dia 28 deslocou-se para leste e interagiu com um sistema frontal no oceano. O sétimo sistema frontal teve um deslocamento pelo litoral das Regiões Sul, Sudeste e sul do litoral da Bahia, encontrando-se no dia 31, no sul da Bahia. Durante a sua trajetória causou chuvas na Região Sudeste e instabilidades isoladas na Bahia.

O oitavo e último sistema frontal do mês, encontrava-se no dia 29, na altura do litoral norte do Rio Grande do Sul. No dia seguinte a frente fria teve um deslocamento para leste e, interagiu no oceano com a frente fria que encontrava-se no litoral sul da Bahia (figura 2.7.1).


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