A figura 3.1 mostra a localização das vinte e duas estações fluviométricas onde são medidas as vazões de alguns rios. Os valores das médias mensais de outubro, assim como os respectivos desvios em relação à Média de Longo Termo (MLT) para o período de 1931 a 1986 (expressos em porcentagem) são apresentados na tabela 3.1.
Na figura 3.2 pode-se observar a evolução anual da MLT e as vazões médias mensais medidas no período de janeiro de 1998 a outubro de 1999. No caso de Manacapuru-AM, as vazões apresentadas são estimativas da vazão do Rio Solimões, a partir do modelo estatístico que relaciona vazões e cotas médias mensais do Rio Negro. A figura 3.3 apresenta as cotas médias mensais do Rio Negro para o período de 1903-1996. Em setembro, o valor médio da cota observada foi de aproximadamente 19.88 m., com valor de máxima e mínima igual à 21.64 m e 19.86 m, respectivamente.
Foram registrados aumentos nas vazões no Rio Uatumã, na barragem de Balbina-AM (159.7%) e no Rio Solimões, no posto de Manacapuru-AM (5.9%). O Rio Araguari, em Coaracy-Nunes-AP apresentou desvios positivos da ordem de 43% em relação à MLT. O baixo volume precipitado no Estado do Pará na altura do rio Araguaia-Tocantins refletiu em desvios negativos de -26.6% na barragem de Tucuruí-PA.
No Nordeste Brasileiro, a barragem de Sobradinho apresentou desvios negativos na ordem de -45%. Esta é uma tendência que já vem sendo observada desde o início da estação seca no interior do Nordeste e Norte de Minas. No mês de outubro, a ausência de chuvas no Nordeste e Norte de Minas Gerais reduziram de forma significativa a cota desta Barragem.
Na Região Sudeste, foi observada a persistência do quadro de anomalias negativas de precipitação, o que intensificou ainda mais o processo de seca, trazendo graves problemas para o setor agropecuário. Pode-se considerar como críticas as condições hídricas no Norte de Minas Gerais principalmente no Vale do Jequitinhonha, como também no interior canavieiro e cerealista do Estado de São Paulo. Os rios e barragens localizados no Estado de Minas Gerais apresentaram-se com desvios negativos de vazão em relação à MLT. Na barragem de Três Marias-MG (-62.8%), no Rio Parnaíba, nos postos de Emborcação-MG (-61.0%), Itumbiara-MG (-48.5%), São Simão-MG (-34.3%) e Furnas-MG (-63.7%). A redução das chuvas no Estado de São Paulo afetou as vazões do Rio Grande, nos postos de Marimbondo-SP (-50.0%) mas foi observado um quadro positivo na barragem de Água Vermelha-SP (51.8%). A barragem de Ilha Solteira-SP, sobre o Rio Paraná, apresentou desvios de -42.3%. Em Xavantes-SP, devido à ausência de chuvas sobre o rio Paraná, o desvio observado foi negativo da ordem de 25%. Em Capivara-SP e Registro-SP os desvios foram negativos de -42.1% e -33.9, respectivamente.
Na região Sul, as precipitações na ordem de 100-200 mm foram suficientes para elevar os desvios nos rios e barragens.
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