Na Figura 30 temos, para postos fluviométricos de dezoito localidades da Tabela 7, a evolução anual da MLT e as vazões médias mensais no período de janeiro de 1996 a novembro de 1997. No caso de Manacapuru-AM, as vazões apresentadas são estimativas da vazão do Rio Solimões, calculadas a partir do modelo estatístico que relaciona vazões e cotas médias mensais do Rio Negro, em Manaus. A Figura 32 apresenta as cotas médias mensais (para o período 1903-1996) do Rio Negro, em Manaus. No mês de novembro, a cota média foi de 15,15 m, sendo o valor mínimo de 14,34 m e o máximo de 16,67 m.
A Figura 31 apresenta as vazões das principais bacias hidrográficas do Brasil. Apesar das anomalias negativas que afetaram o sudoeste da Amazônia, as vazões na barragem de Samuel-RO mostraram valores comparáveis à média histórica. Entretanto, o Rio Solimões em Manacapuru-AM mostrou desvios negativos (-23%), o que concordou com as anomalias de precipitação observadas na Amazônia Central. As chuvas acima da média observadas no centro-norte da Amazônia provocaram desvios positivos de vazão em Balbina-AM (+23%). A vazão medida no posto de Coaracy-Nunes-AP (-57%) contraria a tendência observada nas anomalias de precipitação nessa área.
Em concordância com o gráfico de anomalias de precipitação, o Araguaia-Tocantins na barragem de Tucuruí-PA, apresentou desvios de -20% em relação à MLT. Essa situação repetiu-se ao longo do Rio São Francisco, nas barragens de Três Marias-MG (-43%) e Sobradinho-BA (-42,8%).
O déficit de chuva observado no Estado de Minas Gerais é coerente com os desvios negativos (36%), registrados nos postos de Emborcação-MG e Itumbiara-MG.
O Estado de São Paulo apresentou anomalias positivas de precipitação e as vazões do Rio Grande nos postos de Furnas-SP, Marimbondo-SP e Água Vermelha-SP, não foram seriamente afetadas pela falta de chuva, apresentando pequenos desvios de vazão. O Rio Paraná, na barragem de Ilha Solteira também apresentou pequenos desvios positivos.
O excesso de chuva observado no Estado de São Paulo provocou fortes desvios positivos de vazão no Rio Paranapanema, nos postos de Xavantes-SP (+124%), Capivara-SP (+121%) e Registro-SP (+103%).
A ocorrência de fortes anomalias positivas de precipitação agravou as enchentes na Região Sul. O Rio Iguaçu, nos postos de G.B. Munhoz-PR e Salto Santiago-PR mostraram desvios de mais de 200 % em relação à MLT, similar ao verificado no Rio Itajaí-Açu, em Blumenau-SC (+270%).
Os postos localizados no Estado do Rio Grande do Sul apresentaram os maiores desvios de vazão em relação à MLT, com desvios recordes de +334% em Passo Fundo-RS, e +464% em Passo Real-RS.