DADOS HIDROLÓGICOS


A Figura 34 mostra a localização das vinte e duas estações fluviométricas onde são medidas as vazões de alguns rios do território brasileiro. Os valores das médias mensais de dezembro, assim como os respectivos desvios em relação à Média de Longo Termo (MLT) para o período de 1931 a 1986 (expressos em porcentagem) são apresentados na tabela 6.

Na Figura 35, pode-se observar a evolução anual da MLT e as vazões médias mensais, medidas de janeiro de 1999 a dezembrode 2000. No caso de Manacapuru-AM, as vazões apresentadas são estimativas da vazão do Rio Solimões, a partir do modelo estatístico que relaciona vazões e cotas médias mensais do Rio Negro. A Figura 36 apresenta as cotas médias mensais do Rio Negro para o período de 1903 a 1986, assim como os valores observados de 1999 a 2000. Em dezembro, o valor médio da cota observada foi de aproximadamente 19,05 m, com valor de máxima e mínima igual a 19,97 m e 18,57 m, respectivamente.

Na Região Norte, os valores pluviométricos no mês de dezembro ficaram abaixo da climatologia em praticamente todos os Estados. Áreas com anomalias positivas ocorreram em pontos isolados no Amazonas e no litoral do Amapá e Pará (na altura da Ilha do Marajó). A variabilidade pluviométrica refletiu-se nos volumes e cotas dos rios e barragens, destacando-se os dados observados na barragem de Samuel-RO (61,2%) e no Rio Solimões, no posto de Manacapuru-AM (-4,7%). A barragem de Balbina-AM apresentou cota significativa, da ordem de 54%. Este quadro positivo deveu-se às chuvas ocorridas na região do rio Uatumã. O Rio Araguari, em Coaracy-Nunes-AP, apresentou desvios negativos da ordem de 22% em relação à MLT. O incremento de água no Pará, na altura do rio Araguaia-Tocantins, refletiu-se através dos desvios positivos na barragem de Tucuruí-PA, da ordem de 32%.

No Nordeste brasileiro, a vazão observada na barragem de Sobradinho apresentou desvio positivo igual a 2,5%. Este desvio foi significativo tendo em vista o reduzido volume em que se encontrava esta barragem. Este quadro foi atingido a partir da chegada das chuvas ao longo do Rio São Francisco, do norte de Minas Gerais ao sertão baiano.

No mês de dezembro, ocorreram chuvas na Região Sudeste, porém, de modo geral, prevaleceram anomalias negativas no centro-sul de Minas Gerais (Triângulo Mineiro, Zona da Mata e Sul) e no Estado de São Paulo. Assim, os desvios das cotas dos rios e barragens desta Região foram variados, a exemplo dos postos localizados no Rio Parnaíba: Emborcação-MG (-3,6%), Itumbiara-MG (3,9%), São Simão-MG (20,9%) e Furnas-MG (-24,2%). A barragem de Três Marias, em Minas Gerais, registrou cota negativa, da ordem de 21%. Em São Paulo, o quadro de poucas chuvas reduziu as vazões do Rio Grande, nos postos de Marimbondo-SP (-16,1%) e Água Vermelha-SP (-18,4%). Na barragem de Ilha Solteira-SP, a cota observada foi da ordem de 8,9%. No posto localizado em Registro-SP, o desvio foi da ordem de -4%. Em Xavantes-SP e Capivara-SP, as cotas, sobre rio Paraná, foram de 18,2% e 0,7%, respectivamente.

Na Região Sul, foram observadas poucas chuvas que não elevaram as cotas dos rios e das barragens. No Paraná, as cotas observadas nos postos foram negativas em G. B. Munhoz (-32,5%) e Salto Santiago (-30,8%). Em Santa Catarina, a cota do posto Blumenau apresentou cota positiva da ordem de 39,5%. No Rio Grande do Sul, foram observadas cotas positivas na barragem de Passo Real-RS (4,5%) e cota negativa em Passo Fundo-RS (-14%).


[Índice]