Em dezembro, os valores de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) variaram entre 26oC e 30oC em toda a extensão do Pacífico Equatorial. Esses valores resultaram em desvios positivos na faixa que se estende desde a Linha Internacional de Data até a costa oeste da América do Sul (Niños 1+2, 3, 3.4 e 4). A magnitude dessas anomalias variou entre 0,5oC e 2oC. No Oceano Atlântico Tropical, águas mais quentes que a média foram registradas na costa oeste da África Equatorial, na Bacia do Prata e numa faixa que se estende desde o litoral da Região Sudeste até o meridiano de Grenwich (Figuras 1 e 2).
A Figura 4 mostra os campos de Radiação de Onda Longa, observado e anomalia, respectivamente para dezembro de 2002. Neste mês, destacou-se a convecção profunda na região Niño 4 (desvios negativos de ROL). Na Indonésia, foram observadas anomalias positivas de ROL, o que indica menos convecção que a média. Essa configuração é típica da fase quente do fenômeno ENOS. A convecção ficou acima da média no sul do Brasil e no Uruguai (desvios negativos de ROL), associada à entrada de frentes frias.
No campo de anomalias de Pressão ao Nível do Mar (PNM), foram observados centros alternados de anomalias positivas e negativas nas latitudes médias e altas do Hemisfério Sul, com um dos centros de alta pressão influenciando o Atlântico Sudoeste, próximo à América do Sul (Figura 5). O Índice de Oscilação Sul (IOS) foi de -1.4, permanecendo negativo pelo sétimo mês consecutivo.
O campo de vento em 850 hPa mostrou ventos alísios menos intensos que a média em praticamente todo o Oceano Pacífico e Atlântico Equatoriais. Sobre o Oceano Atlântico, ao norte da América do Sul, os ventos apresentaram anomalias de norte. Esta configuração foi consistente com a intensificação do transporte de umidade do setor amazônico para o sudeste da América do Sul (Figuras 6 e 7). A alta subtropical do Atlântico Sul apresentou anomalia ciclônica, com seu centro ligeiramente deslocado para leste de sua posição climatológica. No Atlântico Tropical Norte, a Alta dos Açores apresentou-se enfraquecida (anomalia ciclônica), conforme ilustra a Figura 5.
Sobre o nordeste da América do Sul, observou-se anomalia ciclônica em 250 hPa devido à presença de vórtices ciclônicos no setor (Figuras 8 e 9). O jato subtropical no Hemisfério Sul esteve fortalecido no Pacífico oeste e leste e também sobre o sul da América do Sul.
Houve predomínio de número de onda 4 no Hemisfério Sul. Na costa oeste da América do Sul, no litoral chileno, ficou evidente a baroclinia dos sistemas atuantes nesta região, com anomalias positivas de pressão ao nível médio do mar e anomalia negativa de geopotencial em 500 hPa. No Hemisfério Norte, predominou número de onda 3 (Figuras 10 e 11).
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