QUEIMADAS NO BRASIL


Os focos de calor em dezembro 2002 foram maiores que o observado no ano passado, com o registro de 11.913 focos em todo o Brasil, com maior concentração no norte do Pará e norte da Região Nordeste. Esta situação foi influenciada pela estiagem causada pelo El Niño e pela prática do fogo, objetivando o preparo da terra (algodão e feijão) para a próxima estação de chuvas, no norte-nordeste do Brasil.

Neste mês, foi detectado o dobro de focos de calor, em comparação com dezembro de 2001 (Figura 33). Nesta época do ano, as queimadas normalmente já teriam diminuído em todo o País.

O Ceará apresentou cinco vezes mais focos este ano, 2.400 contra 477 no ano passado, a maioria no sul do Estado, seguido do Maranhão, 2.800 contra 1.260 no ano passado. O leste da Bahia registrou quatro vezes mais focos, em virtude dos desmatamentos e invasões de terras para a formação de carvoarias clandestinas, de acordo com investigações e atuações do IBAMA/PROARCO.

No centro-sul do País, o destaque foi para o Pantanal que registrou muitos focos, apesar das chuvas (850 contra 150 focos no ano passado), a maioria na fronteira com o Paraguai e Bolívia e próximo de Corumbá (Região de Bracinho). Estes focos foram de origem criminosa e causaram grandes perdas ao ecossistema local, de acordo com o levantamento feito pelos técnicos do PREVFOGO no Mato Grosso do Sul.

Algumas unidades de conservação foram atingidas por incêndios em Alagoas, no Amapá, no Ceará, no Maranhão, em Rondônia e no Pará. Na Bahia, o incêndio que ocorreu nas proximidades de Itaité foi proveniente de invasão, seguido de desmatamento e queima.

Foram atingidas algumas terras indígenas no Mato Grosso, no Pará, em Roraima, no Maranhão, na Bahia, em Alagoas e no Mato Grosso do Sul.


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