GRANDE ESCALA


Em dezembro, manteve-se o resfriamento das águas superficiais na área próximo à costa oeste da América do Sul (região Niño 1+2) (Tabela 1 e Figura 1), como ocorrido no mês de novembro de 2005. Contudo, esta área estendeu-se mais para oeste em relação ao observado no mês anterior, inclusive com o aumento das anomalias negativas de Temperatura da Superfície do Mar (TSM), caracterizando o início do fenômeno La Niña. Áreas com anomalias positivas de TSM persistiram em grande extensão dos setores sul, oeste e noroeste do Oceano Pacífico. O Atlântico Tropical Norte apresentou uma expansão e intensificação das anomalias positivas de TSM. Foram observadas áreas com anomalias positivas, de até 3ºC, próximo à costa da África e à costa leste da América do Norte. O Atlântico Tropical Sul apresentou uma redução em área e intensidade das anomalias positivas adjacentes à costa da África. Ressalta-se o enfraquecimento das anomalias positivas de TSM que cobriam extensa área sobre o Atlântico Sul, próximo à costa do Brasil e Argentina, e o surgimento de um núcleo de anomalias positivas na região central do Atlântico Sul.

No campo de anomalia de Radiação de Onda Longa (ROL), destacou-se a atividade convectiva mais intensa a noroeste da Austrália e a oeste das Filipinas, intensificando o padrão observado no mês passado (Figura 5). Esta configuração foi consistente com o estabelecimento do episódio frio do fenômeno ENOS. Sobre o norte da América do Sul, destacou-se uma área de anomalia negativa de ROL associada à intensa atividade convectiva que ocasionou anomalias positivas de precipitação em grande parte da Região Norte do Brasil (ver Figura 14).

No campo de anomalia de Pressão ao Nível do Mar (PNM), observou-se a acentuada intensificação da alta subtropical do Pacífico Sudeste, se comparado com o mês anterior. Comportamento similar ocorreu na região de atuação da alta subtropical do Atlântico Sul, onde foram observadas anomalias positivas de PNM de até 4hPa (Figura 6). Numa área extratropical que se estende do Oceano Índico até o sudoeste do Pacífico, predominaram anomalias negativas de pressão de até 6hPa, assim como no Pacífico Norte.

A Figura 7 mostra os ventos em baixos níveis da atmosfera (850hPa). Notaram-se os alísios menos intensos no Pacífico Leste e mais intensos no Pacifico Oeste. Na América do Sul, destacou-se a anomalia ciclônica sobre o oeste do Brasil, consistente com as chuvas acima da média ocorridas no sudeste da Região Norte e no leste da Região Centro-Oeste do Brasil (ver seção 2.1).

No escoamento em 200 hPa, destacou-se as regiões com jatos mais intensos sobre o sul da Austrália, Pacífico Sul, Atlântico Sul e sobre o sudoeste do Oceano Índico, próximo ao sul da África (Figura 9). Sobre a América do Sul, notou-se um padrão típico de verão, com o estabelecimento da Alta da Bolívia e do cavado do Nordeste. Ressalta-se que ambos os sistemas estiveram mais intensos que a média climatológica (Figura 10).

No campo de anomalias de geopotencial em 500 hPa, as perturbações atmosféricas no Hemisfério Norte permaneceram com um número de onda 3, porém mais intensas que as anomalias verificadas em novembro de 2005 (Figura 11). No Hemisfério Sul, foi notada a dominância de ondas planetárias 3 e 4 em latitudes extratropicais e polares (Figura 12).

Figuras

[ Figura1][ Figura2] [ Figura3] [ Figura4] [ Figura5] [ Figura6][ Figura7] [ Figura8] [ Figura9] [ Figura10] [ Figura11] [ Figura12][ Tabela1]


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