O fenômeno La Niña, ou episódio frio do Oceano Pacífico, é o
resfriamento anômalo das águas superficiais no Oceano Pacífico Equatorial
Central e Oriental. De modo geral, pode-se dizer que La Niña é o oposto do
El Niño
, pois as temperaturas habituais da água do mar à superfície
nesta região, situam-se em torno de 25º C, ao passo que, durante o episódio La
Niña, tais temperaturas diminuem para cerca de 23º a 22º C. As águas mais frias
estendem-se por uma estreita faixa, com largura de cerca de 10 graus de latitude ao longo do
equador, desde a costa Peruana, até aproximadamente 180 graus de longitude no
Pacífico Central.
Assim como o El Niño, La Niña também pode variar em intensidade. Um exemplo dessa variação é o intenso episódio de La Niña ocorrido em 1988/89, comparado ao episódio mais fraco de 1995/96. Outros nomes como "El Viejo" ou "anti-El Niño" também foram usados para se referir a este resfriamento, mais o termo La Niña ganhou mais popularidade. Segundo o Centro Meteorológico Nacional dos Estados Unidos (NCEP), ocorreram outros eventos de La Niña em 1904/05, 1908/09, 1910/11, 1916/17, 1924/25, 1928/29, 1938/39, 1950/51, 1955/56, 1964/65, 1970/71, 1973/74, 1975/76, 1988/89 e 1995/96. Exemplo do La Niña. Anomalias de temperatura da superfície do mar (TSM) observadas em dezembro de 1988. Valores em graus Celsius. Fonte de dados: NCEP/NOAA-EUA. Elaboração: CPTEC/INPE. No intenso e mais recente episódio de La Niña ocorrido em 1988/89, o resfriamento das águas superficiais foi mais lento, ou seja, demorou dois meses para que a temperatura superficial do Pacífico diminuísse 3,5º C. Em 1998, o Pacífico Tropical também teve uma queda similar de temperatura, mas o resfriamento ocorreu em apenas um mês. Durante os episódios de La Niña, os ventos alísios são mais intensos que a média climatológica. O Índice de Oscilação Sul (o indicador atmosférico que mede a diferença de pressão atmosférica à superfície, entre o Pacífico Ocidental e o Pacífico Oriental) apresenta valores positivos, os quais indicam a intensificação da pressão no Pacífico Central e Oriental, em relação à pressão no Pacífico Ocidental. Em geral, o episódio começa a se desenvolver em meados de um ano, atinge sua intensidade máxima no final daquele ano e dissipa-se em meados do ano seguinte. De acordo com as avaliações das características de tempo e clima, de eventos de La Niña ocorridos no passado, observa-se que o La Niña mostra maior variabilidade, enquanto os eventos de El Niño apresentam um padrão mais consistente. Os principais efeitos de episódios do La Niña observados sobre o Brasil são:
Com relação à Amazônia, as vazões dos Rios Amazonas no posto de Óbidos e as cotas do Rio Negro, em Manaus, mostram valores maiores que a média durante os episódios de La Niña ocorridos em 1975/76 e 1988/89, comparados com valores mais baixos nos anos de El Niño, ocorridos em 1982/83 e 1986/87. Durante o corrente ano de 1998, após a rápida desintensificação do fenômeno El Niño em maio e junho, observou-se um súbito resfriamento das águas do Pacífico Equatorial Central. Esse resfriamento continuou em julho, porém um novo episódio do fenômeno La Niña ainda não está totalmente caracterizado. As previsões indicam que todas as condições do La Niña acontecerão até o final deste ano: águas mais frias no Pacífico Equatorial Central e Oriental ao longo do Equador, ventos alísios mais fortes e intensificação da pressão atmosférica na parte oriental do oceano e enfraquecimento das pressões na porção ocidental. Nos últimos 15 anos, foram apenas três ocasiões em que o La Niña foi sucedido pelo El Niño. O episódio intenso de El Niño de 1982/83 foi seguido de um evento fraco de La Niña em 1984/85, e um El Niño menos intenso, ocorrido em 1986/87, foi seguido de um forte La Niña em 1988/89, e o El Niño longo, mais fraco de 1991/94 foi seguido de em episódio fraco de La Niña em 1995/96. El Niño e La Niña são oscilações normais, previsíveis das temperaturas da superfície do mar, nas quais o homem não pode interferir. São fenômenos naturais, variações normais do sistema climático da Terra, que existem há milhares de anos e continuarão existindo. O CPTEC/INPE monitora a evolução do La Niña e dissemina previsões de seus impactos climáticos sobre o Brasil através do Boletim de Informações Climáticas - INFOCLIMA . |
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1- O intuito das publicações e e a divulgação de resultados de pesquisas,
análises de ocorrências sinóticas , climáticas, técnicas de análises, modelagem,
simulações climáticas, estudos de previsibilidade climática, principalmente
relacionadas a América do Sul e Brasil, que possam ser disseminadas juntamente com
as análises mensais através da Revista e do acesso a mesma pela Internet.
2- O artigo deve ser preferencialmente em inglês, com abstract em português,
mas também serão aceitos artigos em português ou espanhol,
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com subject : artigo Climanálise
PAPERS TO BE PUBLISHED IN CLIMANÁLISE
We are receiving contributions of papers to be published anexed
to Climanálise bulletin. The papers will be reviwed for the
final publication.
Information for submitting:
1- The main purpose of the papers is the publication of research results, synoptic
case studies,climate analyses, analyses techniques,modeling, climate simulations,
climate predictability studies, climate prediction, mainly related to South America
and Brazil. They will be published monthly and will be also available at the home page
of CPTEC together with Climanálise.
2-Papers should preferentially be written in english, with abstract in portugues ,
but papers in portugues and spanish will be accepted, with an abstract in english
and also an extended abstract in english.
3-Page limit: 25, including figures e tables.
4-Papers format: A4, 2.5cm left, 1cm top, botton and right.
4.1- Title of paper
Name of authors
Name of the institution
4.2- References
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5- Papers shall be written in Microsof Word editor (any version) and sent by
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subject : paper climanalise